18 abril 2019

Mercado prevê mais IPOs após o da Centauro

Oferta pública inicial da Vamos Locação pode ser a próxima a ser precificada na bolsa de valores, segundo analistas, que calculam cerca de 30 operações de abertura de capital ao longo deste ano
 B3:

 Especialistas e gestores da Levante Investimentos esperam três dezenas de ofertas públicas em 2019


Após a estreia ontem, das ações da Centauro na bolsa de valores (B3), profissionais de mercado apontam mais ofertas iniciais de papéis (IPOs) ao longo deste ano. A próxima pode ser a da Vamos Locação, já solicitada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo o gestor especialista da Levante Investimentos, Felipe Bevilacqua, a temporada de IPOs, ou seja, a abertura de capital das empresas na Bolsa começa a esquentar. “A operação da Centauro (CNTO3) foi um sucesso com forte demanda dos investidores.

Agora é a vez da Vamos Locação (VAMO3), que começou o período de reservas”, comentou o gestor especialista.

Segundo ele, não é só no Brasil que os IPOs estão em alta. Nos Estados Unidos, está acontecendo um dos IPOs mais esperados da última década: o da Uber. “A companhia busca captar US$ 10 bilhões de dólares, em uma das maiores captações dos últimos anos.

A Uber será negociada na Bolsa de Nova York sob o código de UBER”, disse em seu relatório ao mercado. Bevilacqua explicou que a notícia da volta dos IPOs no Brasil é muito positiva para os investidores e também para a economia. “Nem sempre um IPO é uma boa oportunidade de investimento.

Como qualquer ação, é necessário realizar uma análise profunda e fundamentalista para confirmar se a empresa é um bom investimento (ou não)”, ponderou. O especialista em ações da Levante Investimentos, Eduardo Guimarães, lembrou que nos últimos 5 anos, as empresas praticamente permaneceram em modo de espera das soluções para economia, em um claro reflexo da recessão e da baixa confiança tantos dos investidores quanto dos empresários.

 “Mas agora o jogo começa a mudar. Estimamos que os IPOs no ano de 2019 no Brasil podem chegar a 30”, apontou o especialista.“Empresas como a farmacêutica Blau, a Tivit, Agibank, BB DTVM (Gestora do Banco do Brasil), entre muitas outras, estão no radar.

 O valor das ofertas pode superar os R$ 15 bilhões no total”, calculou.Guimarães completou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado financeiro, também fez sua parte e permitiu que as ofertas sejam confidenciais em um primeiro momento.

 “Também retirou a janela de datas para as empresas fazerem as ofertas, que agora podem ser feitas em qualquer época do ano. Com isso, o mercado brasileiro ficou mais perto dos padrões internacionais, o que deve ajudar a impulsionar um maior nível de IPOs nos próximos anos” conclui Guimarães.

Questão de múltiplos Diferente da compra da Centauro, que foi recomendada pela Levante Investimentos, a instituição financeira não recomenda a participação na oferta da Vamos Locação.

 “O principal motivo para ficarmos fora do IPO da Vamos é que a maior parte dos recursos (75%) será direcionada para os acionistas controladores e não para o caixa da empresa. Avaliamos que o preço pretendido de R$ 19 por ação (faixa média) implica um múltiplo preço/lucro de 18,5x, um múltiplo elevado se comparado às empresas do setor”, relata a Levante. Leia mais em dci 18/03/2019

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