Com o cenário global cheio de incertezas, as organizações estão simplificando seus modelos operacionais a fim de continuarem aptas a competir em um ambiente de inovação tecnológica e rápida mudança em hábitos de consumo, é o que mostra o estudo Global Corporate Divestment Study 2019, realizado pela EY com mais de 900 executivos de todo o mundo.
Na edição anterior da pesquisa, a EY identificou a máxima histórica de intenção de desinvestimento desde 2000, ressaltando que a estratégia de desinvestimento já constava na agenda estratégica das organizações. Já neste ano, a pesquisa revela que os processos de desinvestimentos estão ajudando as organizações a se reposicionarem para oportunidades de crescimento futuro. Para se ter uma ideia, 84% do total das empresas entrevistadas têm planos para desinvestir até 2021
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A incerteza do cenário político global ainda preocupa 74% dos empresários. Eles esperam que as mudanças geopolíticas vão aumentar os custos operacionais, enquanto 69% aguardam que os acordos comerciais globais permaneçam intactos.
Mais de 4 em cada 5 empresas (81%) afirmam o desejo de simplificar os modelos operacionais deve afetar os planos de desinvestimento, demonstrando um desejo das empresas de serem mais ágeis frente novos competidores.
Cenário no Brasil
Em solo nacional, a situação é ainda mais favorável. Na comparação com 2018, quando as intenções de desinvestimento dos executivos brasileiros chegavam a 80%, o cenário já era positivo. Para elaborar o Global Corporate Divestment Study 2019, a EY conversou com executivos das áreas Financeira (37%), Consumo (32%), Telecomunicações (10%), Óleo e Gás e Energia (5% cada uma), e identificou que 99% dos entrevistados pretendem desinvestir nos próximos anos, registrando uma alta expressiva no período de apenas um ano.
Desse total, 10% preveem iniciar um projeto de desinvestimento ainda nos próximos seis meses e 53% nos 12 meses subsequentes. “Conseguimos identificar que esses executivos estão olhando cada vez mais para os processos internos para entender o que está impedindo suas organizações de serem mais competitivas em seus negócios. Até pouco tempo processos de desinvestimentos carregavam uma conotação negativa frequentemente vinculada com má gestão, hoje fica claro que o mercado já entende como uma oportunidade de gerar valor”, afirma Fabio Schmitt, sócio de transações corporativas da EY.
Dentre os fatores que impulsionam os desinvestimentos no Brasil estão a posição competitiva de uma unidade de negócios em seu mercado (84%), seguida pela volatilidade política e macroeconômica (63%) e a simplificação dos modelos operacionais (58%).
“A tecnologia, mudança de perfil de consumo e as mudanças regulatórias também são fatores que têm levado um número maior de grupos a considerar a venda de ativos como alternativa para se adequarem à nova realidade de seus mercados”, reforça Schmitt.
O estudo realizado pela EY ainda conclui que com uma ampla base de compradores intersetoriais e de Private Equity, as empresas devem demonstrar flexibilidade em torno de modelos operacionais e estruturas de negociação. Os vendedores que apresentarem um ativo independente para os compradores têm duas vezes mais chances de conquistarem um preço mais alto e concluírem seu negócio mais rapidamente.
“As empresas deveriam encarar o desinvestimento com as necessidades de um comprador de private equity em mente. Empresas de private equity competem por ativos de qualidade. As empresas precisam chegar à mesa de negociação com a história correta e fatos que a suportem para deixar os compradores confortáveis com a decisão de seguir em frente. Detalhes negligenciados ou otimismo infundado resultam em perda de confiança e perda de valor”, afirma Schmitt. Leia mais em ultimoinstante 02/04/2019
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