O Banco Central (BC) concedeu nesta terça a primeira autorização para o funcionamento de uma fintech de crédito na categoria de Sociedade de Crédito entre Pessoas (SEP), voltada para a intermediação de operações entre credores e devedores, sem a participação de um banco (peer-to-peer lending, no termo em inglês).
A startup Mova, que recebeu o sinal verde do BC, é uma sociedade do grupo Omni e de Roberto Felipe Tesch, CEO da empresa. A fintech vai oferecer diferentes modalidades de financiamentos para pessoas jurídicas e, para pessoas físicas, terá linhas de crédito para custear cursos de pós-graduação.
"Nossa abordagem é trazer a clientes de menor porte técnicas de estruturação e modelagem de dívida que antes só estavam disponíveis a grandes empresas", afirma Tesch. Ele destaca que o maior acesso a informações trazido pela tecnologia e a evolução jurídica dos contratos eletrônicos reduziram os custos de projeção financeira e de análise de risco.
As fintechs de crédito foram regulamentadas pelo Banco Central há um ano.
Além da SEP, também foi instituída a modalidade de Sociedade de Crédito Direto (SCD), para operações com recursos próprios. A primeira SCD foi autorizada em dezembro e, desde então, outras duas fintechs também receberam liberação para atuar nessa modalidade. Segundo o BC, no momento a autarquia analisa outros 14 pleitos, sendo três para SEP e 11 para SCD.
Quando o BC anunciou sua regulamentação, Tesch e o grupo Omni estruturavam uma parceria para oferecer financiamento estudantil por meio da modalidade "peer to peer", mas contando com a intermediação bancária.
Com a criação da nova modalidade, houve a decisão de criar uma empresa e ampliar o escopo do negócio, mirando os clientes pessoas jurídicas.
Segundo Tesch, a expectativa da Mova é que os valores das concessões fiquem na faixa de R$ 10 mil a R$ 2 milhões. Em relação aos investidores, ele estima que a plataforma vai atrair pessoas, predominantemente jovens, interessadas em diversificar portfólio e buscar maior rendimento. A projeção é que as aplicações fiquem inicialmente em torno de R$ 10 mil e aumentem, atingindo também investidores institucionais, na medida em que o modelo vá sendo testado e aprovado.
Pelas regras instituídas pelo Banco Central, o financiamento de cada credor para devedor específico é limitado a R$ 15 mil, mas nada impede que um contratante feche operações com diferentes credores.
Fonte:Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 17/04/2019
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