As aquisições mais significativas em todo o setor de tecnologia deste ano até agora
Em 2018, vimos uma grande atividade de fusões e aquisições em todo o setor de tecnologia, com os maiores negócios incluindo a aquisição da Red Hat por inacreditáveis US$ 33 bilhões e a Broadcom comprando a CA Technologies por 18,9 bilhões de dólares em dinheiro.
Este ano teve um início rápido com um acordo multibilionário fechado em fevereiro, quando Twilio comprou a SendGrid por US$ 3 bilhões; e analistas esperam que o ritmo continue. De acordo com o estudo anual de F&A da Deloitte, 73% dos executivos do setor de tecnologia esperam grandes negócios este ano, sendo o maior de todos os setores.
No entanto, suas estratégias de aquisição parecem prestes a mudar. “Com base nos resultados mais recentes da pesquisa, pode haver um pivô para comprar uma empresa simplesmente por sua tecnologia”, acrescentou o relatório.
Aqui estão as dez aquisições tecnológicas mais notáveis de 2019 até agora.
1. Amazon compra fabricante de roteador Wi-Fi Eero
A Amazon anunciou que estava adquirindo a empresa de roteador Wi-Fi Eero em março, mas os termos financeiros do acordo não foram divulgados.
Espera-se que a Amazon opere o Eero como uma unidade autônoma, liderada pelo ex-CEO Nick Weaver, assim como fez com a empresa de campainha inteligente Ring, que adquiriu no ano passado.
Em uma entrevista com The Verge, Weaver tentou acalmar as preocupações com a privacidade que os clientes podem ter após a notícia, dizendo: “no mínimo, vamos reforçar nosso compromisso com a privacidade e a segurança. Temos alguns princípios de privacidade bem claros que usamos para desenvolver todos os nossos produtos, que são realmente os alicerces de tudo. Aqueles não vão mudar”.
O Eero fornece roteadores Wi-Fi fáceis de usar que cobrem uma casa ou apartamento todo, com custo no varejo de US$ 400, porém ainda não está disponível no Reino Unido. Inicialmente, a Amazon estava de olho na capacidade da empresa em simplificar a instalação de dispositivos domésticos inteligentes e se inserir na crescente divisão de hardware da empresa.
2. Nvidia adquire a Mellanox por quase US$ 7 bilhões
Em março, a Nvidia concordou em pagar US$ 6,9 bilhões pela fabricante de chips Mellanox, que opera nos Estados Unidos e Israel.
A Nvidia, especialista em chips gráficos baseada em Santa Clara, pagará US$ 125 por ação em dinheiro pela Mellanox – na sexta-feira passada, fechou por uma bonificação de US$ 109,38 por ação.
Acredita-se que a Nvidia tenha enfrentado a rival fabricante de chips Intel na licitação, segundo a Bloomberg. A Mellanox faz de tudo, de switches a cabeamento, e silício para computação de alto desempenho – o que a torna ideal para a Nvidia, que nos últimos anos se dedicou ao fornecimento de chips gráficos para data centers, especializada em análise e criação de imagens assistida por IA.
“O surgimento da AI e da ciência de dados, além de bilhões de usuários simultâneos de computadores, está alimentando a demanda nos centros de dados. Atendê-la exigirá arquiteturas holísticas que conectem um grande número de nós de computação rápida às malhas inteligentes de redes para formar um gigantesco mecanismo de computação em escala de data center”, disse o fundador da Nvidia, Jensen Huang.
“Compartilhamos a mesma visão para a computação acelerada da Nvidia. Combinar nossas duas empresas vem como uma extensão natural de nossa parceria de longa data e é um ótimo ajuste dado nosso desempenho comum. Essa combinação fomentará a criação de tecnologia poderosa e oportunidades fantásticas para o nosso pessoal”, disse o fundador e CEO da Mellanox, Eyal Waldman, em comunicado.
O anúncio da Nvidia apontou para a colaboração anterior entre as duas empresas, como os dois supercomputadores do Departamento de Energia dos Estados Unidos, Sierra e Summit.
3. F5 compra a NGINX por US$ 670 milhões
Em março, a F5 Networks anunciou que adquiriu a NGINX por US$ 670 milhões. A NGINX é a empresa comercial por trás do popular servidor de código aberto e já arrecadou mais de US$ 100 milhões até hoje, posicionando-se como uma alternativa aos serviços de aplicativos web da própria F5.
“A aquisição da NGINX pela F5 fortalece nossa trajetória de crescimento ao acelerar nosso software e a transformação em multi-nuvens”, disse François Locoh-Donou, presidente e CEO da F5, em um comunicado.
“Ao trazer a segurança de aplicativos de classe mundial e o rico portfólio de serviços de aplicativos da F5 para melhorar o desempenho, a disponibilidade e o gerenciamento, juntamente com as soluções de gerenciamento de API e entrega de aplicativos líderes da NGINX, credibilidade inigualável e reconhecimento de marca na comunidade DevOps e grande base de usuários de software livre, nós unimos a divisão entre o NetOps e o DevOps com serviços de aplicativos consistentes em todo o ambiente de multi-nuvens da empresa”.
4. Nintex adiciona o RPA ao serviço de automação com a aquisição da EnableSoft
A empresa de automação de fluxo de trabalho Nintex comprou o fornecedor de RPA, a EnableSoft, em março, por uma quantia não revelada.
A EnableSoft é a criadora do Foxtrot, uma solução de software como serviço projetada para automatizar rapidamente tarefas sem qualquer programação ou codificação em aplicativos de desktop, pastas de trabalho no Excel, aplicativos web, formulários PDF, emuladores de terminal e outros aplicativos.
O Foxtrot será integrado à Plataforma Nintex, adicionando bots para executar tarefas básicas no sistema de automação de fluxo de trabalho.
“Queremos tornar o RPA benéfico e acessível para as organizações empresariais, juntamente com o restante das nossas ofertas de automação e gerenciamento de processos, como mapeamento de processos, automação de fluxo de trabalho, formulários, aplicativos móveis e geração de documentos e assinaturas eletrônicas”, explicou Eric Johnson, CEO da Nintex, em um comunicado.
5. Qlik adquire Attunity por US$ 560 milhões
Analista de dados e fornecedor de software de BI, a Qlik anunciou, em fevereiro, que está em processo de aquisição pela empresa de integração de dados Attunity por US$ 560 milhões. O Qlik já promete simplificar a inclusão e a integração de dados, mas espera que a adição do especialista em CDC (Change Data Capture) ajude a impulsionar sua proposta.
“Estamos entusiasmados por nos juntarmos à Qlik, combinando nossa integração de dados e grandes capacidades de gerenciamento de dados com o líder analítico para acelerar nosso sucesso”, disse Shimon Alon, chairman e CEO da Attunity, sobre o acordo.
A Qlik tem estado em uma fase de aquisição recente, comprando a empresa de análise geoespacial Idevio, em janeiro de 2017, e a especialista em catalogação de dados Podium Data, em julho de 2018.
6. Google adquire Alooma
A divisão de computação em nuvem do Google anunciou sua intenção de comprar a especialista israelense em migração de nuvem Alooma, em fevereiro. Detalhes financeiros não foram divulgados, mas para se ter uma ideia de escala, a Alooma arrecadou US$ 15 milhões em financiamento total até o momento, de acordo com a Crunchbase.
A Alooma já é uma parceira de integração de dados do Google Cloud Spanner, que ajuda os clientes a migrar seus dados para as tecnologias de banco de dados do Google. A aquisição ajudará o Google Cloud a criar suas opções de migração de dados importantíssimas para novos clientes e trazer novos conhecimentos para a construção.
7. Palo Alto Networks adquire Demisto por US$ 560 milhões
Em fevereiro, a Palo Alto Networks anunciou sua intenção de comprar a Demisto, um especialista em orquestração de segurança, automação e resposta (SOAR) por US$ 560 milhões.
A intenção será levar mais recursos de aprendizado de máquina aos clientes da Palo Alto para melhorar a prevenção e detecção de ameaças e acelerar os tempos de resposta a incidentes. Isso ajudará o fornecedor de segurança cibernética a competir com gente do tipo do Splunk e do presunçoso britânico Darktrace.
O produto da Demisto engloba tudo, desde um chatbot para equipes de SOC, até 'playbooks' automatizados para responder a certos incidentes.
8. Spotify aposta em podcasts
O Spotify fez duas aquisições em fevereiro, ambas com foco em podcasts: a plataforma de criação de podcast Anchor e o criador de conteúdo Gimlet Media.
Os termos não foram anunciados, mas a CNBC informou que a Gimlet estava sendo avaliada em US$ 200 milhões pré-aquisição, e o Spotify falou sobre o comprometimento de cerca de US$ 500 milhões em gastos com F&A para os podcasts deste ano.
Em um post de blog intitulado 'Audio First', o CEO do Spotify, Daniel Ek escreveu: “Gimlet é um dos melhores criadores de conteúdo do mundo” e “Anchor reformulou completamente o caminho para a criação de áudio, permitindo a criação da próxima geração de podcasters em todo o mundo – 15 bilhões de horas de conteúdo na plataforma durante quatro trimestres”.
“A Gimlet e Anchor nos posicionará para ser a principal plataforma para criadores de podcasts em todo o mundo e o principal produtor de podcasts”, acrescentou.
Ek continuou a detalhar como, sob o guarda-chuva do Spotify, essas duas aquisições permitirão que “ofereçam melhores descobertas, dados e monetização aos criadores”.
“Com a adição de Gimlet e Anchor, o Spotify se tornará o principal editor global de podcasts com mais programas do que qualquer outra empresa”, concluiu.
9. Twilio adquire SendGrid por US$ 3 bilhões
A Twilio fez uma grande aquisição no início do ano, comprando o SendGrid por aproximadamente US$ 3 bilhões. A aquisição foi anunciada em outubro do ano passado, mas não foi concluída até fevereiro de 2019.
A Twilio é especializada em APIs de comunicação na nuvem, a qual permite às empresas incorporarem mensagens e chamadas aos seus aplicativos, já o SendGrid é especializado em tecnologia semelhante, mas se concentra em APIs de e-mail.
“O envolvimento efetivo com o cliente é um imperativo estratégico para todas as empresas. Com o SendGrid agora como parte da Twilio, nosso objetivo é fornecer uma plataforma completa para todas as formas de envolvimento do cliente”, disse o CEO da Twilio, Jeff Lawson, sobre a compra.
“Por meio de nossa abordagem mútua de desenvolvedores, capacitamos os construtores do mundo a criar experiências mágicas para o cliente, exclusivas a cada interação”.
O SendGrid continuará operando como uma entidade independente na Twilio, e o CEO Sameer Dholakia continuará a liderar essa unidade de negócios.
10. Dropbox adquire a HelloSign por US$ 230 milhões
Em fevereiro, o Dropbox adquiriu a HelloSign, uma plataforma de fluxo de trabalho de assinatura eletrônica e documentos, por US$ 230 milhões em dinheiro.
A compra se encaixa perfeitamente na estratégia do Dropbox de não apenas ser uma empresa de armazenamento de arquivos em nuvem, mas também de fornecer um ‘hub’ digital e ajudar as organizações a otimizar e digitalizar muitos dos seus processos de negócios. O fornecimento de uma capacidade de assinatura eletrônica permitirá que os clientes, em teoria, concluam tarefas como assinar documentos ou contratos dentro de um fluxo de trabalho do Dropbox.
“Estamos felizes em receber a talentosa equipe da HelloSign no Dropbox e adicionar seus recursos à nossa suíte de produtos”, disse o CEO do Dropbox, Drew Houston, sobre a aquisição.
“A HelloSign construiu um negócio próspero focado em produtos de fluxo de trabalho de assinatura eletrônica e documento que seus usuários adoram. Juntos, podemos oferecer uma experiência ainda melhor aos usuários do Dropbox, simplificar seus fluxos de trabalho e expandir o mercado que atendemos.” Scott Carey, da Computerworld/UK Leia mais em computerworld 15/03/2019
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