Em matéria recente, o Adnews comentou que a AT&T saiu vitoriosa contra as tentativas do governo norte-americano de impedir a compra da Time Warner por 85,4 bilhões de dólares. O Departamento de Justiça dos EUA afirmou que não vai recorrer à decisão de um tribunal de apelação que aprovou o acordo.
Essa foi a segunda grande vitória da AT&T contra o Departamento de Justiça, abrindo caminho para a operadora de telefonia móvel integrar seus negócios da WarnerMedia.
Outra novidade envolvendo o Brasil, é que o CADE aprovou a fusão da Disney com a Fox Brasil. Porém, neste caso, a Disney terá que vender o canal Fox Sports, por já ser proprietária do canal ESPN. O curioso é que parte dos jogos da Libertadores, exibido pela Fox Sports passará a ser exibido por streaming pelo Facebook. Já os direitos de transmissão da Copa Sul-Americana foram adquiridos com exclusividade pela Dazn na plataforma do YouTube.
Comentei no passado que os primeiros efeitos da revolução nas telecomunicações foram sentidos a partir de 1990, com o fim das reservas de mercado para as indústrias de telecomunicações instaladas no País, e com a permissão para a implantação de TVs a cabo e outros serviços que não integram o monopólio.
Como temos acompanhado, o mercado da mídia tem sido um dos setores mais afetados pela globalização. Não é por acaso que existe um imenso e crescente alvoroço nas questões das alianças entre grandes grupos nacionais e gigantes estrangeiros – todos de olho nas oportunidades para expansão de seus negócios. Em meio a esta movimentação, observamos que existe um poderoso business por trás da indústria de comunicação, com um potencial cada vez maior.
Atualmente sabemos que na indústria da mídia quem não evolui, acaba. Por isso, estamos vendo freqüentemente o crescimento decorrente das fusões, alianças, parcerias entre empresas do mesmo setor, ou mesmo entre as que atuam em segmentos distintos. Dentro da nova realidade mundial, a mídia está sendo um excepcional negócio, um excelente investimento, capaz de gerar bilhões de dólares. Por isso, não é de se estranhar que empresas das mais diferentes áreas – como tecnologia, entretenimento, eletroeletrônicos, telefonia, dentre outros – estejam formando parcerias com empresas de comunicação.
Netflix, Hulu e Amazon são outros exemplos de negócios de VOD vitoriosos e afetando as empresas de TV por Assinatura.
Mas com a restruturação da WarnerMedia, segundo documento enviado aos funcionários do grupo de mídia e telecomunicações e visto pela Reuters, existe uma estratégia para colocar a companhia em condição de competir no mercado de streaming de vídeo com Netflix e Walt Disney.
As perspectivas para nosso mercado de mídia são muito boas. Apesar das limitações impostas pela Constituição, nota-se que o potencial do Brasil para viver uma explosão na comunicação é latente. É muito positivo ver as empresas nacionais se posicionando, visando inserir-se no novo cenário competitivo mundial.
Evidentemente, caso não seja revista a lei, os grupos internacionais não deixarão o Brasil de fora, e talvez continuem optando pelos antigos contratos de gaveta. Observe que apesar desta limitação legal que sofremos, sempre foi possível dar um “jeitinho”. O ex-supervisor da Central Globo de Criação, Boni, afirmou em recente entrevista que, como a Rede Globo e a Time-Life não podiam ser sócias legalmente, encontraram uma saída para que os negócios acontecessem de alguma maneira. Desta forma, a Time-Life passou a construir imóveis no Brasil e alugá-los à Globo, que pagava um valor próximo do que seria sua participação na associação.
Enfim, com toda essa movimentação, conseguimos entender como a mídia vem criando verdadeiros impérios no mundo inteiro. Vai ficando cada vez mais claro que, quando as indústrias da comunicação, entretenimento e tecnologia se unem, multiplica-se não apenas capital, mas principalmente as oportunidades de expansão para as companhias envolvidas.
Observe que, para enfrentar o futuro digital, várias empresas estão se associando a parceiros. Muitos defendem que nem mesmo uma megacorporação deve se aventurar sozinha em novas e ambiciosas empreitadas para o futuro, seja pela falta de Know-how, tecnologia ou capital.
Por isso, vamos continuar vendo, por exemplo, empresas da área de entretenimento se associando a parceiros na área de tecnologia; empresas de telecomunicações se unindo a empresas de software; ou ainda, fabricantes de computadores se juntando aos fornecedores da indústria a cabo – todos em busca de sinergia. Leia mais em adnews 07/03/2019
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