A PetroRio fechou um acordo para a compra da fatia de 51,74% da Chevron no campo de Frade, localizado em águas profundas da Bacia de Campos, segundo uma fonte. Com a aquisição, a petroleira brasileira assumirá a operação do ativo, que produz cerca de 20 mil barris diários de petróleo.
Já para a Chevron, a venda de Frade representa a saída de seu principal ativo de produção no país. Agora, a empresa concentra seus esforços na exploração do pré-sal. Em 2018, a multinacional americana adquiriu seis blocos nas bacias de Campos e de Santos com potencial para descobertas no pré-sal.
Em outubro do ano passado, a PetroRio já havia anunciado a compra da participação de 18,26% da japonesa Inpex no campo. Com isso, a companhia passa a deter 70% da concessão, em sociedade com a Petrobras (30%).
O Valor apurou que o negócio tem potencial para elevar as reservas 2P (provadas mais prováveis) da PetroRio, para cerca de 84 milhões de barris, quatro vezes mais que o último número oficial reportado pela empresa, de 21 milhões de barris em julho de 2018.
Já produção da companhia deve mais que dobrar. Atualmente, a empresa produz cerca de 10 mil barris/dia no campo de Polvo, na Bacia de Campos. Com Frade, incorporará um volume de 14 mil barris/dia.
O negócio consolida a PetroRio como a principal petroleira independente de origem brasileira e como uma das dez principais produtoras de petróleo do país. Segundo os dados mais recentes da Agência Nacional de Petróleo (ANP), de novembro, a PetroRio, com Frade, entraria no ranking das sete maiores produtoras de óleo.
O Valor apurou que o campo de Frade já atingiu o seu pico de produção, mas que o declínio natural do ativo ainda não é acelerado. A expectativa é que a área ainda tenha uma vida útil para além de 2035. Junto com o campo, a negociação inclui a aquisição de uma plataforma com capacidade para armazenar cerca de 1,5 milhão de barris.
Para adquirir a fatia de Chevron no ativo, a PetroRio contava ao fim do terceiro trimestre com um caixa de R$ 680 milhões. A empresa, no entanto, possui um endividamento baixo, com espaço para se alavancar.
Entre 2011 e 2012, as operações em Frade foram o motivo de um forte desgaste na imagem da Chevron no país. Depois de dois vazamentos de óleo de grande proporção, na área, a petroleira foi obrigada a interromper a produção local. A empresa chegou a ficar sem produzir no campo, entre abril de 2012 e julho de 2013, e hoje opera na área com níveis de produção abaixo dos 70 mil barris/dia apurados antes do acidente.
Frade é o terceiro ativo de produção da PetroRio, sendo o segundo campo voltado para a produção de petróleo. A empresa detém 100% do campo de Polvo, que produz cerca de 10 mil barris/dia de óleo, e 10% do campo de gás natural de Manati, na Bacia Camamu-Almada. Nesse último campo, a empresa tira, em média, 525 mil metros cúbicos diários de gás - volume vendido em sua íntegra para a Petrobras, operadora do ativo.
Em Polvo, a empresa pretende voltar a investir este ano em novas perfurações, em busca de descobertas que permitam alongar a economicidade do projeto - hoje, a vida útil econômica do campo é estimada até 2026. Fonte: Valor Leia mais em .portosenavios 30/01/2019
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