De acordo com dados da Conta-Satélite de Saúde Brasil 2010/2015, divulgados pelo IBGE no fim de 2017, o consumo final de bens e serviços de saúde no Brasil cresceu, atingindo R$ 546 bilhões, valor equivalente a 9,1% do PIB. Deste total, R$ 231 bi (3,9% do PIB) corresponderam a despesas de consumo do governo e R$ 315 bi (5,2% do PIB) a despesas de famílias e instituições sem fins lucrativos.
O novo ano deve ver o impacto contínuo desses fatores, juntamente com o surgimento de novas tendências para apoiar o crescimento e o desejo de reduzir os custos. Três áreas terão grande impacto no mercado da saúde em 2019. Vamos explorar algumas tendências que devem se destacar nos serviços de healthcare este ano:
Internet das Coisas
A Internet das Coisas (IoT) desempenhou um papel proeminente em 2018 e continuará a evoluir em 2019. O principal destaque da IoT e dos dispositivos conectados é a significativa economia de custos na prestação de cuidados. De fato, o atendimento remoto via IoT pode reduzir os custos de assistência médica dos EUA, por exemplo, em até US$ 6 bilhões por ano, de acordo com a consultoria de saúde Willis Towers Watson. Esses dispositivos conectados, incluindo sensores internos e os dados coletados, permitem que os indivíduos mantenham suas vidas independentes com um risco muito menor.
Uma infinidade de dispositivos já utiliza a Internet das Coisas para manter os pacientes conectados remotamente aos provedores e serviços de saúde. As empresas também passaram a usar os dispositivos conectados para rastrear sinais vitais do paciente e vários indicadores de status de saúde. Isso tem melhorado os resultados dos pacientes, permitindo que os provedores realizem mais atendimento, diminuam as visitas hospitalares e reduzam os custos gerais com a saúde.
Outro ponto ainda mais relevante é que esses sensores e dispositivos possibilitam que os idosos tenham uma vida normal em casa. Discretamente, os dispositivos coletam e compartilham leituras com segurança, de modo que qualquer sinal de alerta possa ser descoberto, e qualquer lembrete diário de medicação é enviado proativamente aos pacientes. Por isso, espera-se que tanto o atendimento domiciliar quanto o setor de saúde fiquem cada vez “mais inteligentes”.
Fusões e aquisições
Reguladores, hospitais e seguradoras também já perceberam os benefícios de prestar cuidados remotamente. No entanto, dada a dificuldade do emprego, um mercado de trabalho restrito e uma força de trabalho que se aposenta, a contratação tem sido mais difícil.
O mercado de saúde também tem sido tradicionalmente apoiado por um grande número de organizações menores que se concentram em determinadas geografias ou especialidades. No entanto, devido a essa oportunidade de mercado, os investidores têm sido muito ativos com diversos negócios de fusões e aquisições em larga escala para ajudar a construir organizações maiores com mais alcance e escala geográficos.
Por exemplo, a ação da M&A no terceiro tri de 2018 registrou o terceiro trimestre consecutivo com mais de 20 aquisições, de acordo com dados da empresa de inteligência de mercado Irving Levin & Associates. No geral, 2018 viu um volume trimestral “muito mais alto” em relação à 2017.
Lisa Phillips, editora do The HealthCare M&A Report, que publicou os dados acima, afirmou: “a consolidação está impulsionando a atividade recente neste mercado, apesar do reembolso e dos obstáculos regulatórios. Como os sistemas de saúde buscam reduzir os custos, esperamos que mais se voltem para as agências de cuidados domiciliares em contextos tradicionais pós-agudos, como instalações de enfermagem especializadas ou instalações de cuidados agudos de longo prazo”.
Como não há líder em participação de mercado e a necessidade de reduzir custos é eminente, espera-se que 2019 seja um ano ativo para os investidores, à medida que as empresas de saúde planejam expandir e ganhar cada vez mais participação no mercado.
Adoção de Tecnologia
Historicamente, o back-office do atendimento ao paciente é arcaico e manual, com o uso do Excel, por exemplo, para agendamento e produção das planilhas de horas. No entanto, por conta de tendências como o aumento da demanda, escassez de talentos para atender o crescente número de pacientes, mudanças na regulamentação e a necessidade de reduzir custos, os provedores de assistência médica domiciliar precisarão apostar em novas tecnologias. Isso inclui o Customer Relationship Management (CRM) para gerenciar vendas e informações de clientes, e o Human Capital Management (HCM) para treinamento e recrutamento de profissionais.
A tecnologia de gerenciamento de serviço em campo também deve ser considerada para ajudar os provedores domésticos a fornecer melhores cuidados, aumentar a participação de mercado e melhorar as operações. À medida que mais recursos e empregados são adicionados ao cronograma, torna-se quase impossível para um humano considerar todos os fatores inerentes à criação do cronograma otimizado. Aqui estão alguns exemplos sobre como a escala aumenta a complexidade:
– Com três funcionários móveis e três empregos, existem seis maneiras possíveis de agendar o trabalho
– Existem 720 maneiras diferentes de despachar seis funcionários para fazer seis trabalhos
– Existem 1.307.674.368.000 maneiras diferentes de despachar 15 funcionários para fazer 15 trabalhos
Como resultado, é quase impossível agendar e monitorar manualmente os profissionais ou usar um software de agendamento que não seja construído especificamente para lidar com esse nível de complexidade – pelo menos sem sacrificar a eficiência e a produtividade. A sofisticação envolvida nesses cenários exige uma tecnologia direcionada para conseguir auxiliar de fato as inúmeras organizações a fornecer melhor atendimento ao paciente, aprimorar operações e reduzir custos. por Barrett Coakley Leia mais em jornaldiadia 23/01/2019
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