21 novembro 2018

Estrangeiro mantém cautela com otimismo brasileiro, diz Itaú BBA

O investidor estrangeiro ainda está cauteloso sobre o futuro próximo da economia brasileira, mas já vê sinais positivos para a retomada de crescimento. Essa é a avaliação geral de investidores institucionais globais e clientes corporativos na 11ª conferência promovida pelo banco Itaú BBA em Londres, no Reino Unido, entre a segunda e a terça-feira.

"O estrangeiro está cautelosamente otimista. Esse investidor acha que o novo governo parece mais favorável a reformas, por exemplo, mas ainda tem dúvidas sobre a execução, o ritmo disso e como elas passarão pelo Congresso", diz Rodrigo Magalhães, chefe global de equities do Itaú BBA.

Enquanto o estrangeiro aguarda medidas concretas, clientes locais e investidores que estão em fundos dedicados a Brasil ou emergentes já mudaram de postura. "Os brasileiros são os mais posicionados hoje e os clientes dedicados estão seguindo o peso do MSCI, com bom espaço para aumentar participação", diz Magalhães.

A conferência do banco aconteceu logo após o novo governo definir os próximos presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco Central e a manutenção do secretário do Tesouro. "A composição do time tem agradado, com gente da iniciativa privada, com conhecimento técnico. Mas o fluxo de capitais ainda depende de fatos concretos e também do cenário externo", aponta o executivo. "Se a dinâmica de juros nos EUA indicar uma alta mais acelerada, isso vai afetar o volume de recursos para emergentes, incluindo o Brasil."

O país pode ter desempenho relativamente melhor que emergentes nessa atração de capital com o novo governo e com juros ainda baixos. O banco alterou a projeção de juros para o ano que vem, que era de alta para 8%, para manutenção em 6,5%. "Isso traz um cenário mais favorável para ações", diz Magalhães.

Na bolsa brasileira, o investidor estrangeiro tem registrado volumes superiores de resgates em relação a novas aplicações. Apenas em outubro, o saldo líquido de movimentação dos estrangeiros foi uma retirada de R$ 6,2 bilhões da B3. A primeira semana de novembro também foi de saques.

Os estrangeiros ainda têm feito uma série de questionamentos também sobre o perfil do novo governo, em relação a suas posições sobre democracia, por exemplo, ainda que as primeiras decisões mostrem seguir um caminho liberal. Esses investidores aguardam oportunidades em processos de privatização das estatais brasileiras.

Uma estimativa realizada por analistas do banco BTG Pactual aponta que um volume de R$ 251 bilhões de fluxo de capital estrangeiro pode voltar para o mercado de ações brasileiro, à medida que os investidores retomarem a confiança na economia brasileira. A estimativa do banco é feita com base nos dados de composição de portfólio estrangeiro em outubro de 2014 e em setembro de 2018 e na exposição de gestores locais em bolsa, no mesmo período. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 21/11/2018

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