Empresa também está atenta as oportunidades do mercado livre
A geradora AES Tietê reafirmou sua estratégia de crescimento para os próximos anos, focada em contratos de longo prazo com fontes renováveis, principalmente com geração eólica e solar. A empresa divulgou também que avalia seis oportunidades de aquisição de ativos, em diferentes estágios de negociações.
De acordo com presidente da companhia, Ítalo Freitas, a incerteza sobre o processo eleitoral gerou insegurança nos vendedores, o que provocou um vai e vem nas negociações. A expectativa é que os negócios destravem com a definição dos rumos do país. A empresa ainda vê boas oportunidades de negócio no mercado livre, uma vez que existe um movimento estrutural para ampliar esse mercado no Brasil.
“O que a gente vê é que vai ser um governo pró-mercado, simpatizante com a CP 33, isso gera oportunidade do aumento do mercado livre”, disse o executivo, que falou nesta terça-feira, 27 de novembro, com investidores e jornalistas em reunião realizada em São Paulo.
Nos próximos 6 anos, a AES Tietê tem a obrigação de expandir sua capacidade de geração em 81 MW, a fim de cumprir com um compromisso firmado com o governo do Estado de São Paulo. Essa necessidade vai para 40 MW caso essa expansão aconteça via mercado livre. A obrigação era que a empresa cumprisse o acordo até 2008. Porém, a empresa negociou com o governo para que não haja nenhuma penalização da empresa de 2008 a 2018. Cerca de 80% (317 MW) desse compromisso já foi cumprido.
O executivo destacou que a empresa já é a maior geradora de energia solar do Estado, com cerca de 300 MW de capacidade instalada, podendo ampliar ainda mais o seu portfólio fotovoltaico. A AES também acredita que as hidrelétricas no futuro funcionarão como baterias para permitir a expansão das fontes renováveis. O desafio está em saber como a regulação vai considerar esses reservatórios. Essa é nossa estratégia, crescer com bons projetos e com bons retornos para os investidores”, afirmou Freitas.
A abertura do mercado livre é um dos temas da reforma do setor elétrico. O assunto está em discussão no Congresso. As bases das mudanças foram propostas na Consulta Pública 33, liderada pelo Ministério de Minas e Energia. “A tramitação da CP 33 está indo melhor do que a gente imaginava, isso vai dar outra dinâmica ao mercado brasileiro, que é a liberação do mercado livre”, destacou o executivo. A abertura do mercado pode viabilizar a entrada de ao menos 100 mil novos consumidores no mercado livre.
AQUISIÇÕES NO RADAR
Segundo o diretor de desenvolvimento de Novos Negócios da AES Tietê, Bernardo Sacic, a companhia avalia pelo menos seis oportunidades de M&A neste ano. A estratégia de priorizar o crescimento via aquisições é, em parte, explicada pelo elevado grau de competição dos leilões, o que tem pressionado os preços e a viabilidade de projetos greenfield no mercado regulado. Da expansão estudada pela AES Tietê, disse Sacic em números aproximados, 80% está em M&A, 15% em greenfield e 5% com geração distribuída.
“Temos diversas oportunidades de M&A no mercado, temos uma corrida dos consumidores por energia no mercado livre, temos uma demanda represada dos consumidores que em algum momento volta com leilões mais atrativos”, destacou Sacic. “A gente está estudando tudo que está disponível no mercado”, completou.
DIVIDENDOS
Clarissa Sadock, diretora financeira e de Relações com Investidores, disse que a companhia seguirá sendo uma boa pagadora de dividendos. A AES Tietê está saindo de uma alavancagem historicamente baixa para uma estrutura mais otimizada. A empresa vem trabalhando novas oportunidades de financiamento para melhorar a estrutura de capital. AGNER FREIRE, Leia mais em canalenergia 27/11/208
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