Pivot Bio usa engenharia genética para estimular micróbios que fixam nitrogênio no solo
A startup Pivot Bio recentemente recebeu um investimento de US$ 70 milhões para desenvolver e lançar no mercado uma solução para “acordar” bactérias presentes no solo. Pode não parecer um dos temais mais interessantes, mas a ideia atraiu a atenção de gigantes: o fundo responsável pelo investimento é o Breakthrough Energy Ventures, criado por Bill Gates, Jeff Bezos e outros bilionários preocupados com a questão energética.
O objetivo da empresa de biotecnologia é reduzir o uso exagerado de fertilizantes em plantações. As pesquisas da startup identificaram no solo a presença de bactérias dormentes capazes de produzir e fixar nitrogênio – um nutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento das plantas.
Tradicionalmente, os agricultores usam fertilizantes sintéticos à base de nitrogênio. No entanto, esses produtos são caros, tóxicos para humanos, poluem os rios e liberam óxido nitroso, um gás de efeito estufa 300 vezes mais potente do que o dióxido de carbono.
A ideia foi usar engenharia genética para “acordar” essas bactérias e melhorar sua capacidade de produção de nitratos. Os agricultores podem pulverizar as bactérias em forma líquida na própria semente. “Assim que a semente germina, nossos micróbios podem se agarrar às raízes e envolve-las como uma luva”, afirmou Karsten Temme, CEO e fundador da empresa, ao Business Insider. Isso permitirá à bactéria fornecer nutrientes à planta diariamente, o que elimina a necessidade de usar fertilizantes sintéticos em excesso.
Segundo Temme, a produção de fertilizantes representa entre 3% e 4% de todo o consumo global de energia, e o próprio processo libera gases poluentes.
A expectativa é lançar um produto no ano que vem, para lavouras de milho. Em seguida, a Pivot Bio pretende desenvolver a biotecnologia para culturas como arroz e trigo. A produção desses três grãos consome cerca de metade do nitrogênio do mundo. Leia mais em epocanegocios 03/10/2018
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