15 agosto 2018

Maioria das empresas projeta crescimento

Mesmo com desafios nos cenários político e econômico, 60% das empresas brasileiras de médio porte têm planos de crescimento entre 6% e 25% no segundo semestre. Expectativa está direcionada ao mercado doméstico.

De acordo com estudo realizado pela consultoria Ernst & Young (EY), 57% das empresas participantes esperam um crescimento entre 6% e 10% em 2018, dois pontos percentuais abaixo do mesmo levantamento feito em escala global. Enquanto 38% das empresas planejam crescer entre 0% e 5%, apenas 3% prevêem aumento entre 11% e 25% no período.

Segundo o líder de mercados emergentes da EY, Leonardo Donato, a expectativa das empresas se mostrou maior do que o esperado.

“Não é um crescimento tímido.

Ele demonstra que, apesar das dificuldades que o País enfrenta, esse segmento de mercado continua tendo importância e apetite para c re s c e r”, afirma ao DCI.

A pesquisa contou com as respostas de executivos de mais de cem empresas que atuam nos setores financeiro, de bens de consumo, varejo, educação, saúde e serviços.

Apesar do resultado positivo, Leonardo ressalta que a expectativa das empresas não reflete uma percepção de melhora da situação do País.

“Uma questão importante é que esses empresários que esperam crescer 10% não apostam tanto no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, eles apostam em ganhar market share, em D R E A M ST I M E Empresas de médio porte buscam ainda aproveitar mercado local aumentar suas fatias”, diz.

O levantamento ainda mostra que foco das companhias está voltado ao mercado local.

“O mercado brasileiro em termos de potencial de consumo é de grande importância, possui uma demanda que ainda não é atendida. Se algumas medidas forem tomadas com o novo governo, a questão do poder de consumo consegue ser revertida e teremos, então, o reaquecimento desse setor. A expectativa das empresas está em torno disso”, comenta.

Para ele, a importância dada ao mercado doméstico é justamente o que diferencia o Brasil de outros países considerados emergentes. “Quando olhamos para China, Índia ou a Rússia , há um percentual muito importante de crescimento esperado fora do país, principalmente com exportações, seja de produtos e serviços. Aqui ainda não temos isso”, diz.

Principais desafios Segundo o levantamento, o fato de que a economia do País ainda não cresce de forma acelerada foi citado como um dos principais obstáculos para as empresas. “Nós temos um país que tem crescido de forma muito lenta nos últimos anos e que não tem entregado o crescimento de um país emergente.

Crescer em um ambiente que não cresce é desafiador”, conclui Leonardo.
O fluxo de caixa insuficiente e a disponibilidade de crédito também foram mencionados na pesquisa, com 29% e 20% de menções, respectivamente. DCI Leia mais em portal.newsnett 15/08/2018

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