A mudança nos valores da oferta pública foi definida pela área técnica da CVM e está baseada nos relatórios apresentados pela State Grid em meados de junho. De acordo com o ofício enviado na segunda-feira à CPFL e seus assessores financeiros, os cálculos devem ser feitos com base no IFRS (normas contábeis internacionais), que consolida os números de todas as controladas da CPFL.
A determinação da CVM segue uma linha bastante criticada pelos minoritários da Renováveis, que em julho protocolaram uma contestação aos valores propostos pela chinesa. Na época, um dos argumentos usados para derrubar a revisão do preço feita pela State Grid era de que a multinacional teria tentado alterar os fundamentos da justificativa de preço original, usado informações financeiras selecionadas. A acusação era que a empresa não teria feito os cálculos com base no IFRS.
A State Grid ainda poderá recorrer da decisão no colegiado da CVM. Procurada, a empresa afirmou que não iria comentar o assunto. Do lado dos minoritários – grupo que inclui grandes investidores como Pátria e BTG -, a decisão do órgão regulador é positiva, mas não significa que seja suficiente.
Os minoritários podem tentar elevar ainda mais o valor a ser pago pelas ações da Renováveis. Isso porque a primeira decisão da área técnica da CVM indicava um preço de R$ 16,69.
Briga
A State Grid foi responsável por uma das maiores transações do País em 2016, ao adquirir o Grupo CPFL Energia. Entre a compra do controle (da Camargo Corrêa) e das ações no mercado, a empresa desembolsou cerca de R$ 25 bilhões. O negócio também incluía a compra das ações da CPFL Renováveis, subsidiária do grupo de energia. Aí começou o conflito.
A chinesa oferecia R$ 12,20 para adquirir a participação no mercado, bem abaixo dos R$ 25 oferecidos aos minoritários da holding. Os acionistas da Renováveis não aceitaram a proposta e entraram com uma reclamação na CVM, que em fevereiro deste ano decidiu a favor dos minoritários ao estipular um limite de R$ 16,69 para a oferta – o que significava algo em torno de R$ 1 bilhão a mais de desembolso da chinesa. Essa definição, no entanto, foi derrubada pelo colegiado da autarquia, que pediu novos cálculos para a State Grid.
Em junho, em resposta ao pedido da CVM, a chinesa elevou de R$ 12,20 para R$ 13,81 a oferta para comprar as ações da Renováveis. A nova proposta representava um acréscimo de R$ 390 milhões. Apesar de melhorar a oferta, os cálculos não agradaram aos minoritários que entraram com uma nova contestação na CVM. O resultado veio ontem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Leia mais em istoedinheiro 29/08/2018
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