18 julho 2018

País fecha o primeiro semestre do ano com 400 fintechs

O Brasil deve ter fechado o primeiro semestre deste ano com 400 fintechs em funcionamento, um claro sinal da inovação no sistema financeiro. A informação foi revelada pelo diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Reinaldo Le Grazie, durante a abertura do Prêmio Finanças Mais, do Grupo Estado, ontem em São Paulo.

“São números muito altos e o Brasil aparece muito bem na foto do universo das fintechs no mundo”, disse o diretor do BC.

Segundo ele, 60% das fintechs atuam no sistema de meios de pagamento e é exatamente nesse segmento que tem surgido as empresas mais inovadoras do sistema financeiro.

Durante a sua exposição, Le Grazie apresentou 19 pontos da agenda BC . Trata-se da agenda de trabalho do BC, que tem como objetivo revisar questões estruturais do banco e do Sistema Financeiro Nacional (SFN), produzindo benefícios para a sociedade brasileira. As propostas contidas nessa agenda são pensadas com base em discussões feitas com o mercado financeiro.

Um dos exemplos desses benefícios conseguidos pela Agenda BC são os acordos de planos econômicos. Recentemente, foi fechado um acordo que devolve mais R$ 10 bilhões a poupadores, que foram afetados por perdas de rendimento das cadernetas de poupanças provocadas por planos econômicos nas décadas de 80 e 90.

“Acordos de planos econômicos reduzem a insegurança no mercado”, frisou.

Le Grazie disse que o Banco Central tem sugerido aos bancos e financeiras que incentivem o uso do cartão de crédito apenas para a tomada dos empréstimos e não para o uso de gastos correntes.
A intenção do BC é que o brasileiro evite o endividamento exagerado.
Para as despesas do dia a dia, o BC quer estimular uso do cartão de débito.

Ele também ressaltou que o crédito imobiliário tem crescido, com spreads baixos (diferença entre custo de captação e empréstimo).
Essa modalidade financiamento representava 5% do crédito total há 10 anos e atualmente está em 20%.

Le Grazie apontou ainda outros avanços da Agenda BC , como a simplificação de compulsórios, além da criação da TLP (Taxa de Longo Prazo), que substituiu a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

A TLP acompanha as taxas de juros do mercado, alinhando assim, a taxa do banco de fomento à Selic, a taxa básica de juros da economia. Com a TJLP, havia uma distorção muito grande entre a taxa do financiamento e a taxa nominal de juros. Isso provocava um descasamento e aumentava o rombo nas contas públicas, que acabavam sendo cobertas pelo Tesouro.

Resultados. As medidas no âmbito do BC já mostram alguns resultados positivos na avaliação do diretor. Um deles é a queda nos spreads bancários, tanto para as pessoas físicas como para empresas, desde o segundo semestre de 2016.

Le Grazie também destacou as mudanças recentes promovidas nas regras dos compulsórios, que são depósitos obrigatórios que os bancos têm de fazer no BC para regular a liquidez..

“O arcabouço de compulsórios hoje é mais simples”, disse. O BC tem reduzido os compulsórios sobre poupança e depósitos à vista para sobrar mais dinheiro para o crédito. Fonte:O Estado de S.Paulo Leia mais em portal.newsnet 18/07/2018

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