Com US$ 100 bilhões em caixa e nenhuma aquisição grande no radar, Warren Buffett decidiu que o melhor investimento é… ele mesmo.
A Berkshire Hathaway anunciou esta semana uma nova política que facilita a recompra de ações. A nova regra: a partir de 3 de agosto – quando serão divulgados os resultados do segundo trimestre –, a companhia poderá recomprar seus papéis sempre que Buffett e Charlie Munger “acharem” que o preço da ação está abaixo do que consideram justo. O único limite: a Berkshire precisa manter ao menos US$ 20 bilhões em caixa.
Pela política anterior, estabelecida em 2011, os buybacks só podiam ocorrer quando a ação estivesse negociando abaixo de 1,2 vezes seu valor patrimonial. Isso praticamente nunca ocorreu – e a Berkshire não compra uma açãozinha sequer há sete anos. (Hoje, os papéis negociam a cerca de 1,4 vezes o valor patrimonial).
Entusiasta dos buybacks nas empresas em que investe, o oráculo de Omaha sempre deu poucos acenos na forma de política de retorno aos acionistas quando o assunto é Berkshire. A última vez que a companhia pagou um dividendo em cash foi em 1967.
Com a surpresa, os investidores fizeram a festa: as ações classe A e B subiram mais de 5%, no melhor desempenho em sete anos no pregão de ontem.
Além de sinalizar confiança da empresa em seu próprio futuro, as recompras costumam impulsionar o preço em Bolsa porque reduzem a oferta de papéis disponíveis e aumentam o lucro por ação.
A mudança nas regras sugere que Buffett prefere dobrar a aposta em ativos que ele já conhece bem do que se aventurar um mercado onde o S&P já mais que quadruplicou desde o low da crise de 2008.
Antes do anúncio, as ações da Berkshire tinham subido pouco mais de 1% neste ano, contra alta de 5,3% do S&P, apesar de o portfólio da Berkshire ser formado principalmente por companhias expostas à economia americana – que vem bombando nos últimos anos.
Em relatório, o JP Morgan chamou o movimento de 'um grande catalisador positivo'. O banco calcula que , se a Berkshire utilizar todo o seu excesso de caixa – US$ 86 bilhões –, o lucro por ação pode aumentar 20%. O preço-alvo do JP para a ação classe B é de US$ 235, o que equivale a US$ 352 mil nas ações classe A. Natalia Viri Leia mais em braziljournal 19/07/2018
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