Empresa tem atualmente cerca de 50 mil alunos próprios e mais 60 mil em escolas parceiras
O Grupo Sistema Educacional Brasileiro (SEB) está investindo no lançamento de uma nova rede de escolas, a Luminova, que cobrará mensalidades entre 500 e 600 reais, ingressando em um nicho de mercado ainda pouco atendido por grandes empresas de educação básica no país, num momento em que muitas concentram esforços em uma faixa de renda mais alta.
"É uma escola privada que vai concorrer com as públicas... Buscamos o aluno que não pode pagar uma mensalidade maior, mas que quer ensino de qualidade", disse à Reuters o presidente da companhia, Chaim Zaher, sem informar os valores desembolsados com a iniciativa.
O Grupo SEB é um dos maiores de educação básica do país, tendo aproximadamente 50 mil alunos próprios e em torno de 60 mil em escolas parcerias.
A companhia vai abrir quatro unidades da Luminova no próximo ano, sendo três na região da Grande São Paulo e uma no interior do Estado, com cada escola tendo entre 3 mil e 4 mil alunos. "Nós decidimos começar por São Paulo porque é onde tem muita demanda, mas esse modelo será expandido para vários Estados", explicou a diretora-executiva Thamila Zaher, filha do empresário.
Segundo ela, todos os imóveis são alugados e o objetivo é oferecer uma metodologia inovadora que inclui convívio diário com inglês e tecnologias, além de engajar os estudantes no desenvolvimento de projetos. "Vamos atender a classe C que tem potencial de consumo e é mal atendida porque a esfera pública tem seus desafios", completou Thamila.
A Luminova será uma das frentes de crescimento orgânico da SEB, que ainda tem planos de ampliar o número de escolas Pueri Domus, focadas em público de poder aquisitivo maior e com quatro unidades atualmente em São Paulo, e levar a escola bilíngue "super premium" Concept para o Rio de Janeiro. A companhia também pretende investir na Conexia, a empresa de soluções educacionais do grupo.
Aquisições continuam no radar da companhia, afirmou o presidente da SEB, ponderando, porém, que dificilmente acordos serão anunciados antes das eleições presidenciais de outubro. De acordo com ele, os ativos de educação básica se valorizaram desde que a Kroton Educacional anunciou a compra da Somos Educação por 4,6 bilhões de reais no fim de abril.
"Esse movimento que a Kroton fez deu uma bagunçada no setor porque o pessoal começou a supervalorizar demais os ativos. Estamos dando um tempo para que o mercado se acomode, mas não deixei esses planos de lado", disse Chaim Zaher.
A própria SEB tem sido fortemente assediada por grupos internacionais e fundos de private equity interessados em financiar as suas operações, disse o executivo. "Nunca fomos tão procurados como estamos sendo agora. Estou me sentindo a noiva do momento", brincou, sem citar pretendentes.
A abertura de capital ainda é uma alternativa estudada pela empresa, mas só deve ser levada adiante quando se dissiparem as turbulências no cenário doméstico. "Não é o momento...2019 será ainda tumultuado, mas pode ser que 2020 seja um bom ano para isso", comentou o presidente da SEB.
Além de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a companhia ainda considera parcerias como a feita com a canadense Maple Bear em fevereiro do ano passado, disse Chaim Zaher.
Na época, a SEB adquiriu uma participação de 95 por cento nas atividades da Maple Bear na América do Sul, em acordo de 160 milhões de reais que deu início à internacionalização dos negócios. A companhia agora está assumindo a operação do grupo canadense no México, onde a escola bilíngue tem três unidades. "Em 2019 devemos estar em todos os países da América Latina com a Maple Bear", disse Zaher. Leia mais em dci 30/07/2018
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