A dona das redes Ponto Frio e Casas Bahia vai transformar suas ações PN (sem direito a voto) em ONs (ações votantes) e adotar as outras medidas exigidas pelo regulamento do Novo Mercado, o segmento da B3 que exige uma governança corporativa mais robusta das empresas.
Apesar de ter faturado o dobro do Magazine Luiza no ano passado, a Via Varejo vale R$ 7,7 bilhões na B3, enquanto o Magazine vale três vezes mais: R$ 24 bilhões.
Depois da conversão, o grupo francês Casino, que hoje tem o controle votante da companhia por meio do Grupo Pão de Açúcar (GPA), passará a votar apenas com o que detém do capital total, cerca de 43%. Os acionistas minoritários, que já têm direito de tag along integral há anos, passarão a votar com 31,7% das ações em vez dos atuais 21%.
Analistas que conversaram com o management após o anúncio disseram ao Brazil Journal que o processo de venda da Via Varejo continua em curso, com conversas com players estratégicos locais e internacionais. Em virtude deste processo, o GPA sinalizou que não tem planos de vender sua posição na Via Varejo no mercado.
Uma outra interpretação é de que o GPA tomou a decisão para mostrar a potenciais compradores que a Via Varejo tem alternativas, como a de continuar independente no longo prazo.
A migração também atende a um aspecto técnico. Após anunciar o processo de venda da Via Varejo em 2016, o GPA desconsolidou a Via Varejo do seu balanço. Pelas regras do IFRS, se o processo se estendesse por mais de 2 anos, o grupo teria que voltar a consolidar a participação, o que se torna desnecessário agora, com a transformação da Via Varejo numa corporation.
Ao anunciar que venderia a Via Varejo, o CEO do Casino, Jean-Charles Naouri, disse que o GPA quer se tornar uma empresa focada exclusivamente no ramo alimentar. Geraldo Samor Leia mais em braziljournal 23/07/2018
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