20 julho 2018

AkzoNobel compra a Polinox, concorrente local no setor químico

A AkzoNobel Especialidades Químicas, braço da fabricante de tintas holandesa que foi vendido em março para os fundos Carlyle e GIC, chegou a um acordo para aquisição da brasileira Polinox, maior produtora de peróxidos orgânicos (catalisadores) na América Latina. O valor do negócio, que está em linha à estratégia de avançar na área de polímeros em mercados emergentes, não foi revelado. Nos últimos três anos, a unidade de especialidades químicas da AkzoNobel investiu € 180 milhões com essa finalidade, incluindo projetos no México, Índia e China.

O acordo firmado no Brasil demandará também investimentos no complexo industrial da multinacional em Itupeva (SP), para onde será deslocada a produção da Polinox. As duas empresas têm unidades produtivas no município paulista, mas o contrato de compra e venda não inclui o ativo fixo.

Dessa forma, a multinacional assumirá a carteira de clientes da Polinox, tecnologias, as marcas Brasnox, Perbenzox e TecnoxSuper e alguns equipamentos específicos, explicou ao Valor o diretor da AkzoNobel Especialidades Químicas no Brasil, Antonio Carlos Francisco.

"É uma aquisição bastante estratégica e complementar ao nosso portfólio", afirmou. Inicialmente, os peróxidos de metil etil cetona (MEK, na sigla em inglês) continuarão a ser produzidos na fábrica da Polinox para a AkzoNobel, que ainda não contava com esse composto. Quando o investimento nas novas instalações estiver concluído, haverá a transferência efetiva para o complexo da multinacional.

Esses catalisadores, explicou Antônio Carlos Francisco, são essenciais à fabricação de resinas poliéster e tem gama de aplicação bastante diversificada, cobrindo desde botões para costura a fibra de vidro. Com a aquisição, a multinacional amplia em 50% a capacidade de produção desses compostos no país e consolida posição de destaque no mercado de iniciadores de reação na América do Sul.

Globalmente, a AkzoNobel Especialidades Químicas, cuja venda deve ser concluída no quarto trimestre, tem cinco áreas de negócios e quatro delas estão presentes no Brasil - três com produção local e outra atendida por importação. Além do segmento de polímeros, que é reforçado com a aquisição da Polinox, a multinacional tem operações de surfactantes, derivados de enxofre e de químicos de performance e para celulose, hoje a maior no país diante dos investimentos elevados realizados pela indústria de celulose e papel.

De acordo com Francisco, as tratativas com a Polinox tiveram início há mais de seis meses e a multinacional estava buscando oportunidades de aquisição na área de especialidades químicas. "Estamos sempre olhando oportunidades", observou. No ano passado, o negócio de tintas da AkzoNobel teve vendas globais de 9,612 bilhões de euros, enquanto a unidade de especialidades químicas registrou receitas de 4,985 bilhões de euros. O Brasil tem participação entre 7% e 8% na receita global.

Em nota, o principal executivo da AkzoNobel Especialidades Químicas, Werner Fuhrmann, afirmou que a compra da Polinox representa uma oportunidade de expandir ainda mais a posição "em um importante mercado em crescimento". Para o comando local, a aposta reflete a confiança no Brasil como país emergente em crescimento.

"O potencial de crescimento no Brasil é grande e entendemos que haverá recuperação. O momento é crítico, porque o câmbio afeta os resultados, e reportamos em moeda forte, mas o país é uma mescla de altos e baixos", acrescentou Francisco.- Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 20/07/2018

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