Banco será investidor âncora, com aporte de R$ 25 milhões
O Banrisul anunciou nesta quarta-feira (23), durante o 11º Fórum Internacional de Tecnologia da Informação (foto), a instituição do primeiro fundo de corporate venture totalmente voltado às fintechs. Pioneiro no mercado, o Fundo Fintech Ventures foi estruturado em conjunto com a Gama Investimentos. Como investidor âncora, o Banrisul aportará R$ 25 milhões e buscará, com a Gama, outros R$ 25 milhões junto a investidores privados. O diretor de Tecnologia da Informação do Banrisul, Jorge Krug, explica que as fintechs já integram o ecossistema de negócios financeiros do Brasil. Elas já são mais de 400 no país, combinando tecnologia com modelos de negócios inovadores. “Queremos ser cada vez mais eficientes e oferecer soluções melhores, mais ágeis e mais amigáveis aos nossos clientes, sem abrir mão da força da nossa tradição”, afirma ele. “Não temos dúvida de que o Banrisul e seus parceiros e clientes têm muito a ganhar com a nossa exposição e uso das fintechs por meio do Fundo”.
Pela iniciativa, o Banrisul receberá as fintechs investidas, em formato open banking, num processo a que Krug chama de sinérgico, por promover mútuo crescimento. Uma equipe composta por empreendedores e executivos com experiência acumulada em tecnologia, mercado financeiro e na administração de fundos de venture capital e private equity fará a gestão do Fundo Fintech Ventures.
A Era da Disrupção
A atualidade e o futuro da transformação digital foram temas destacados no primeiro dia do Fórum Internacional de TI Banrisul. Na 11ª edição, que tem como tema central A Era da Inovação Disruptiva, o Teatro do Bourbon Country estava completamente lotado na solenidade de abertura, que ocorreu na manhã de quarta-feira (23).
No primeiro painel do encontro, A Era da Disrupção Transformando Empresas, o painelista Carlos Giusti, sócio da empresa PwC Brasil, afirmou que “quando a gente fala de tecnologia, inovação e transformação, temos que entender que isso passa por comportamento humano. Eu não consigo criar valor para o meu negócio se eu não atender uma necessidade reconhecida de meu usuário ou cliente”.Giusti enfatizou que “se a gente prestar atenção aos grandes modelos de negócios disruptivos dos últimos anos, veremos que a tecnologia utilizada está presente de forma madura há uma década. O que é disruptivo é o modelo de negócio, é entender demandas, abandonar o que se tem hoje e construir novos modelos a partir de uma tela em branco”.
Para o painelista Frank Meylan, sócio da empresa KPMG Brasil, a disrupção digital mudou radicalmente o ambiente de negócios e as funções de atendimento estão sendo digitalizadas. “A digitalização é pegar o processo que se tem hoje e embutir tecnologia, e a transformação digital é mudar o modelo de negócios. Isso exige uma forma de pensamento mais radical e um entendimento de como será a indústria no futuro”, ressaltou. Uma pesquisa feita pela KPMG constatou que os executivos estão vendo a transformação digital com uma grande ansiedade. “Os CEOs acreditam que os próximos três anos vão ser muito mais críticos para as suas indústrias do que os últimos 100 anos. É diferente você falar de digitalização e falar de transformação digital. Na digitalização é você pegar o processo como ele está hoje e embutir tecnologia para ganhar eficiência. Transformação digital é você repensar o se modelo de negócio”, atestou Meylan.
Internet das Coisas
O palestrante Laércio Albuquerque, presidente da empresa Cisco Brasil, que participou do segundo painel Uma Viagem pelo Mundo da Internet das Coisas, demonstrou onde nós estamos inseridos neste assunto, trazendo para a realidade do Brasil. “Conectar coisa com coisa diretamente é uma guinada total em termos de inovação tecnológica. E isso vai afetar literalmente todas as áreas que se possa imaginar, desde a área da saúde, até o agronegócio, por exemplo”, definiu Albuquerque.
Sobre o agronegócio, aliás, ele destacou que é um dos setores com maior automação e informatização, atualmente. Para ele, é fato que os modelos de negócios irão mudar. Antes, mudava a maneira de fazer o negócio. A Internet of Things (IOF – sigla em inglês para internet das coisas), reinventará completamente a experiência do consumidor. A IOF nada mais é do que “sensorizar” uma cadeia de produção, dando todo o tipo de informação sobre as diversas etapas do processo, até a sua conclusão.
Essas novas informações, exatas e detalhadas, chegarão às mãos do gestor, podem e mudarão todo esse processo e a linha de produção. Lembrando um tema importante, as Smart Cities (Cidades Conectadas), o presidente da Cisco Brasil dá exemplos de como esta tecnologia não é um luxo, mas sim um investimento em qualidade de vida. “Bueiros e lixeiras que sinalizam quando devem ser esvaziados ou limpos; idosos que utilizam um colar que sinaliza e chama o atendimento de emergência em casos de mal súbito; são apenas algumas das infinitas utilidades que se pode ter em uma cidade”, concluiu.
Até 2020, teremos 50 bilhões de devices (dispositivos) conectados, e o dado será processado diretamente na “ponta final”, não mais será enviado para uma “nuvem”, que então retorna uma resposta. A resposta tem que ser, e será imediata. “A palavra transformação digital já passou. Transformação digital a gente já vive ela. Não é de hoje. Nós todos já somos completamente digitais. Então, as nossas empresas, os negócios não têm mais projetos de transformação. O que temos são projetos de uma era em que milhões de cidadãos já se transformaram e digitais. Todo o mundo, dos mais novos aos mais velhos já são digitais”, opinou. Por Dirceu Chirivino Leia mais em amanha 23/05/2018
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