29 março 2018

Turismo: aquisição pela CVC amplia portfólio e aumenta a competitividade


“Não muda nada”. Esta foi a frase de Afonso Louro, diretor geral da Visual Turismo, ao responder a pergunta sobre os novos rumos da operadora em sua primeira entrevista após a venda para a CVC. No entanto, não é bem assim. As mudanças já estão acontecendo e a força do Grupo CVC trará um portfólio maior, mais ferramentas para os agentes de viagens e, sobretudo, preços mais competitivos.

O que o fundador da empresa faz questão de frisar é que a relação com os agentes de viagens – o que ele considera um dos pilares da empresa nesses 32 anos de atuação – segue como antes. “Continuaremos com o nosso DNA de atender unicamente o agente de viagens e de ter todo o cuidado com a satisfação do cliente”, garantiu Louro.

COMPETITIVIDADE
A entrada para o Grupo CVC irá trazer mais possibilidades aos agentes que trabalham com a Visual. A primeira delas, conforme explicou Afonso Louro, é oferecer preços mais competitivos, uma vez que a operadora passa a ter acesso aos produtos negociados por todo o Grupo CVC. “O que muda a partir de agora são as condições. Teremos preços mais competitivos e mais oferta. Além disso, há toda segurança para os agentes de viagens, pois passamos a fazer parte de um grupo sólido financeiramente e listado na bolsa”, destacou.

Entre os produtos que passam a compor o portfólio da operadora estão os cruzeiros da Pullmantur na costa brasileira e os circuitos da Europamundo. Além disso, as condições de pagamento passam a ser as mesmas oferecidas pelas demais unidades de negócios da CVC: 12 vezes sem juros.

O que muda a partir de agora são as condições. Teremos preços mais competitivos e mais oferta

INTERNACIONAL
A Visual Turismo sempre foi reconhecida pelos agentes de viagens como referência em produtos domésticos. Porém a operadora sempre teve o desejo de ampliar a participação do internacional em suas vendas. Para Louro, isso será possível a partir de agora, uma vez que a operadora terá acesso as tarifas aéreas internacionais negociadas pela CVC Corp. “Temos o desafio de aumentar a participação do internacional, que hoje representa 30% das nossas vendas”, afirmou Louro. Ele acredita que este percentual pode chegar a 40% em pouco tempo.

O novo Head de Vendas da operadora, Edson Akabane, ressaltou que a operadora ganha mais musculatura com o suporte do Grupo CVC. Além dos preços melhores e uma gama maior de produtos no internacional, ele destaca a disponibilidade como um fator-chave. “A oferta também é importante para ganhar competitividade”, acredita.

Entre as novidades de produtos internacionais da operadora, estão os pacotes de neve para a temporada de inverno na América do Sul com destaque para Bariloche, que terá um voo fretado da Gol pela CVC Lazer, mas contará também com lugares garantidos para a Visual. Há ainda os circuitos da Europamundo, que já estão disponíveis. “Estes são produtos que casam muito bem com o perfil de clientes da Visual”, disse Louro.

Hoje os destinos internacionais mais vendidos da Visual estão no Caribe, no entanto, Afonso acredita que virão novas oportunidades. “Esperamos crescer na venda de Estados Unidos, principalmente para a Flórida”, disse.

DOMÉSTICO
Os pacotes para o Brasil continuam sendo o carro-chefe da Visual. Louro lembrou dos programas de Ecoturismo, das pousadas de charme, pacotes de luxo, lua de mel e os resorts como alguns dos diferenciais que continuam. Segundo ele, o principal desafio a ser cumprido agora é incluir esta oferta – que não existe na grande maioria das operadoras – disponível de forma online. Em relação aos mais procurados, o Nordeste continua sendo o principal destino vendido pela Visual, mas há outros em ascensão. “O Sul vem crescendo bastante com Foz do Iguaçu e Gramado no inverno e no final do ano com o Natal Luz”, revelou. “Queremos crescer no internacional, mas não vamos esquecer do doméstico. Continuamos com os produtos que os agentes de viagens já conhecem”, completou Akabane.

FERRAMENTAS E RELACIONAMENTO
Akabane revelou que um dos objetivos da operadora é ampliar a parceria com os agentes de viagens e manter a flexibilidade e relacionamento que eles têm com a Visual. Entre as ações previstas nesta estratégia está uma nova plataforma de vendas integradas, que estará disponível nos próximos meses. Nela, os profissionais terão acesso a todo o portfólio da operadora, além dos meios de pagamentos integrados.

Uma das características da Visual nesses 32 anos, o relacionamento com os agentes de viagens, segue sendo prioridade. De acordo com Akabane, já a partir de maio começam a ser realizadas uma série de ações em parceria com fornecedores como capacitações, famtours e roadshows.

Vamos buscar novos negócios, mas sem perder a cultura que nos trouxe até aqui. Temos um novo arsenal de ferramentas e produtos, mas a Visual não irá mudar o seu DNA

CAPACITAÇÃO
Outro pilar que passa a ser estratégico para a Visual é a capacitação. Segundo Akabane, será criado um departamento somente voltado para isso dentro da operadora. A ideia é gerar conhecimento e prestar todo o suporte aos agentes de viagens. “Vamos olhar todas as oportunidades e prover treinamentos online, presencial, vídeos e outros materiais”, adiantou.

Outra particularidade desta área é que os profissionais não terão apenas capacitações sobre produtos. A Visual pretende dar todo o suporte ao agente em relação a planejamento, vendas e gestão, ampliando a parceria com este canal de vendas.

“Queremos ser ainda mais parceiros. Vamos conversar e identificar as necessidades das agências”, disse. “Teremos um trabalho de inteligência. Poderemos sentar com as agências para desenhar planejamentos, novas soluções e ferramentas”, complementou.


DNA
Tudo isso irá acontecer sem perder o DNA que levou a Visual ao caminho do sucesso. É isso que garante Afonso Louro, que há 32 anos fundou a operadora. Entre os agentes, ele é conhecido por dar toda a atenção ao cliente e atender a todos os telefonemas das agências. “Isso não muda. Não vou contratar uma secretária, os agentes podem continuar me ligando”, brincou. “Vamos buscar novos negócios, mas sem perder a cultura que nos trouxe até aqui. Temos um novo arsenal de ferramentas e produtos, mas a Visual não irá mudar o seu DNA”, finalizou Akabane. Por Anderson Masetto Leia mais em mercadoeeventos 28/03/18

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