Os mercados de equities da Ásia estão desfrutando de seu melhor início de ano em termos de negócios, e Hong Kong, o polo de IPOs mais ativo da região, aguarda uma série de lançamentos de ações de gigantes de tecnologia da China.
Empresas e investidores aproveitaram o bom momento dos mercados para vender blocos de ações novas e existentes – como visto na semana passada, quando a Naspers , que detém 33 por cento da Tencent, cacifou parte de sua participação na companhia de tecnologia chinesa pela primeira vez, arrecadando 9,8 bilhões de dólares, com a venda de 2 por cento.
Os mercados da Ásia-Pacífico receberam um total de 69,1 bilhões de dólares de negócios relacionados a equities no ano transcorrido até 28 de março – um aumento de 43 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Thomson Reuters. O crescimento foi impulsionado por uma elevação de 46 por cento nos lançamentos de ações posteriores, além da negociação em bloco das ações da Tencent e das emissões de direitos de 2,5 bilhões de dólares e 1,9 bilhão de dólares pela Woodside Petroleum e Tata Steel, respectivamente, para financiar planos de expansão.
O capital levantado pelas ofertas públicas iniciais caiu 12 por cento, ficando em 11,9 bilhões de dólares, já que Hong Kong, normalmente o líder regional, se recolheu e levantou só 2,8 bilhões de dólares – cifra eclipsada pelos 4,2 bilhões de dólares obtidos nas duas principais bolsas da Índia e pelos 12,8 bilhões de dólares da Bolsa de Valores de Nova York e pela Nasdaq.
Mas os banqueiros estão confiantes de que Hong Kong voltará a se impor em breve.
"A segunda metade do ano está parecendo muito robusta. Não obstante a volatilidade recente do mercado, o segundo trimestre do ano será muito mais movimentado do que o normal também", disse Bruce Wu, codiretor do grupo de mercados de capital de equity da Grande China do Citigroup.
Hong Kong está apostando muito em uma recuperação das IPOs. As mudanças de regras previstas para o segundo trimestre reverterão o já antigo princípio 'uma ação, um voto' da cidade, abrindo caminho para a possibilidade de se considerar direitos de voto a favor de fundadores de empresas.
Em tese as mudanças devem permitir que a cidade reaja melhor a Nova York, sua maior adversária na batalha por IPOs de gigantes de tecnologia da China. Até hoje muitas companhias optaram pela metrópole norte-americana, entre elas a Alibaba, precisamente porque há tempos os Estados Unidos permitem que se considerem os direitos de voto. Por Jennifer Hughes e Julie Zhu (Reuters) - Leia mais em dci 30/03/2018
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