Mais uma empresa brasileira começou a sondar investidores este mês para definir o tamanho e preço de uma oferta pública de ações (IPO), somando nove companhias na lista de emissões previstas até junho. O grupo catarinense de shoppings Almeida Junior contratou em março os bancos Bradesco BBI, BTG Pactual e J.P. Morgan e, na próxima semana, empresa e assessores começam a se reunir com investidores, segundo o Valor apurou.
A empresa, comandada por Jaimes Almeida Junior, tem seis shoppings e fatura cerca de R$ 3 bilhões, sendo a líder do segmento na região Sul. O Valor apurou que o empresário recebeu propostas de concorrentes nos últimos dois anos, mas não chegaram a um acordo de preço. O fundo soberano GIC, as empresas de shoppings Aliansce, Cyrela Commercial Properties e Multiplan fizeram propostas, em 2016 e 2017, que giraram em torno de R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão, o que a família considerou um valor muito baixo. A intenção é captar um montante nessa faixa, mas sem perder o controle - o que avaliaria a empresa em, no mínimo, o dobro das propostas recebidas no passado.
O banco gaúcho Agibank, que contratou Bradesco BBI, Itaú BBA e BTG Pactual, também estabeleceu junho como prazo para sua oferta, segundo fontes. O banco nasceu como financeira no fim da década de 90, voltada para classes C e D - hoje tem 450 pontos de atendimento e plataforma digital. O banco é presidido e controlado por Marciano Testa e fechou 2017 com R$ 1,56 bilhão de ativos totais e R$ 346,51 milhões de patrimônio líquido. O lucro líquido foi de R$ 127,81 milhões no ano passado, alta de 20%. A expectativa do banco é entrar na bolsa avaliado em quase R$ 5 bilhões, segundo o Valor apurou - montante considerado otimista para analistas do setor, considerando o tamanho atual do negócio. Procurados, o Agibank diz que "não comenta boatos de mercado" e o grupo Almeida Junior afirmou que não vai falar sobre o caso. As duas empresas ainda não entraram com pedidos de oferta pública na Comissão de Valores Mobiliários.
Pelo cronograma, Almeida Junior e Agibank chegarão à bolsa depois de concorrentes diretos.
O Banco Inter, que pertence à família mineira Menin, fundadora da construtora MRV, programa a listagem para abril. O Inter encerrou o ano passado com ativos totais de R$ 3,58 bilhões e lucro líquido de R$ 48,2 milhões. A JHSF Malls tem quatro shoppings em operação e um em construção, que somam R$ 2 bilhões em vendas. A empresa pode levantar cerca de R$ 1 bilhão na oferta.
Também já pediram registro de oferta a varejista esportiva Centauro, a calçadista Dass, as operadoras de saúde Hapvida e Intermédica e a varejista de brinquedos Ri Happy. A Blau Farmacêutica, que havia solicitado registro de oferta em novembro, interrompeu a operação até maio - quando pode decidir retomar a oferta, ainda no primeiro semestre. A Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), estatal que tem ativos de nióbio, também planejava uma oferta para junho e contratou os bancos Bradesco BBI, Bank of America Merrill Lynch e Goldman Sachs - mas adiou os planos para dar preferência a uma emissão de dívida. A empresa diz que segue interessada em fazer IPO, mas que o prazo é incerto.
As ofertas de ações em análise e em prospecção com investidores na fila podem movimentar entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões até junho. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 16/03/2018
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