22 março 2018

Ecogen Brasil, da japonesa Mitsui, mira mais negócios após comprar Light Esco

A Ecogen Brasil, empresa de serviços em energia da japonesa Mitsui <8031 .t="">, tem planos ambiciosos de crescimento no país e poderá avaliar novas oportunidades de aquisição em seus segmentos de atuação mesmo após ter fechado a compra de uma unidade de eficiência energética da elétrica Light , a Light Esco, disse à Reuters o presidente da companhia.

O movimento da empresa busca aproveitar um mercado aquecido no Brasil para soluções em energia em geral e projetos de eficiência energética, após uma forte alta nas contas de luz nos últimos anos e a crise econômica levarem indústrias e empresas a buscar meios de reduzir custos com eletricidade.

A transação pela Light Esco, anunciada na noite de terça-feira, envolve um valor total de 43,4 milhões de reais e acontece em meio a um amplo plano de vendas de ativos da Cemig , controladora da Light, que busca reduzir dívidas.

"Nós vamos digerir a Light Esco, sem dúvida, vamos integrar (aos ativos da empresa), mas isso não significa que não estejamos abertos para novos negócios... a mensagem é que estamos constantemente atentos ao que está acontecendo nesse mercado e olhando oportunidades", afirmou o CEO da Ecogen, Francisco Coccaro.

O mercado de atuação da empresa, inclusive, tem atraído a atenção de grandes elétricas internacionais, que nos últimos anos criaram novas subsidiárias ou fecharam aquisições para entrar no ramo de serviços em energia.

A francesa Engie, por exemplo, anunciou em janeiro a compra da empresa brasileira de eficiência energética ACS. A norte-americana AES criou uma subsidiária, a AES Ergos, para crescer no segmento, enquanto a italiana Enel tem apostado suas fichas na unidade Enel Soluções, entre outros exemplos.

"Esse é um mercado que tem crescido muito, e isso é uma tendência que já se verifica em outros países", afirmou Coccaro.

A Ecogen fornece soluções para clientes industriais e comerciais, como shoppings centers e hoteis, que vão desde a instalação de centrais de cogeração para produzir energia e vapor até a implementação de sistemas de energia solar e de geradores.

A companhia, que pertencia originalmente ao grupo britânico BG, com o nome Iqara, passou a se chamar Ecogen em 2008 e foi adquirida em 2012 pelas japonesas Mitsui & Co e Tokyo Gas. Em 2016, a Mitsui ampliou a fatia na empresa para 100 por cento.

A Ecogen ainda tem uma participação de 50 por cento na empresa de consultoria e comercialização de eletricidade Simple Energy, que atua no chamado mercado livre de energia, onde grandes clientes como indústrias podem negociar o suprimento diretamente com geradores, ao invés de serem atendidos por empresas de distribuição.

"Nosso escopo de soluções vai de A a Z, ele pega desde a possibilidade de nós gerarmos energia dentro do cliente até a possibilidade de ele buscar uma energia a preço interessante no mercado livre", disse Coccaro.

A Ecogen já instalou para clientes projetos com uma capacidade instalada de geração de cerca de 200 megawatts, o equivalente a uma usina de médio porte, principalmente no eixo Rio-São Paulo, em um portfólio que irá crescer ainda mais com a incorporação dos ativos da Light Esco, focados no Rio de Janeiro.

"Isso deve gerar um crescimento de nossa base de ativos, e um crescimento muito sinérgico, que traz ativos interessantes para nós no setor industrial e de shoppings centers. A Light Esco também tem uma equipe técnica bastante boa e que deve agregar ao nosso negócio", adicionou o executivo.

A Light Esco apurou um lucro líquido de 23 milhões de reais nos primeiros nove meses de 2017, segundo o último balanço divulgado pela Light. A receita operacional líquida no período somou 39,5 milhões de reais.  Por Luciano Costa  (Reuters) - Leia mais em dci 22/03/2018

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