A família Sirotsky e o investidor Carlos Sanchez estão em “negociações avançadas” para uma “venda total” da RBS, de acordo com informações publicadas pela Veja neste domingo, 25.
De acordo com a coluna Radar, é um negócio de 2 bilhões de reais, envolvendo 12 emissoras de TV, 15 de rádio e três jornais.
Procurada, a RBS foi taxativa: "“As operações de mídia do Grupo RBS no Rio Grande do Sul não estão à venda nem vêm sendo negociadas com outra empresa”.
Por outro lado, Sanchez já comprou a filial catarinense em 2016, em um negócio avaliado na época em R$ 1 bilhão. A negociação durou três anos e foi precedida de rumores de venda, alguns negados pela RBS como agora.
O negócio incluiu quatro dos oito jornais da RBS: Diário Catarinense, Hora de Santa Catarina, Jornal de Santa Catarina e A Notícia, títulos publicados pelo grupo em Florianópolis, Blumenau e Joinville, além da rádio CBN e da RBS TV SC.
Sanchez criou um império no setor de medicamentos genéricos no Brasil, encabeçado pela a EMS, que produz aqui os genéricos do Viagra. Sua fortuna é avaliada pela Isto É Dinheiro em US$ 2,9 bilhões.
O empresário comprou a RBS em Santa Catarina em sociedade com Lírio Parisotto, outro bilionário. Parisotto no entanto deixou a sociedade ainda em 2016.
Desde o fechamento do negócio em Santa Catarina, os rumores sobre uma possível compra no Rio Grande do Sul tem circulado.
Uma venda das operações gaúchas, no entanto, tem outras dimensões. A RBS foi fundada em Porto Alegre nos anos 50 e é de longe o grupo de comunicação mais influente no Rio Grande do Sul em rádio, televisão e em jornais, principalmente na capital.
A empresa fez uma tentativa de reformular seu negócio de comunicação na última década, apostando numa virada digital, criando novos negócios online e um fundo de investimento para adquirir empresas da área.
Nos últimos tempos, não está muito claro o quando essa movimentação foi bem sucedida.
Em janeiro de 2016 a RBS vendeu o Hagah, portal de anúncios para estabelecimentos e prestadores de serviços criado em 2004 para Reweb, uma agência digital de Porto Alegre.
Os sites Pense, que incluíam o Pense Carros, Pense Imóveis e Pense Emprego também foram vendidos, fundidos ou fechados.
Além disso, a RBS fechou a sua operação no Tecnopuc, parque tecnológico da PUC-RS em Porto Alegre, cuja operação era focada em desenvolver novas plataformas de tecnologia para o grupo de comunicação.
Uma troca de mãos da RBS, uma empresa icônica do Rio Grande do Sul, seria um baque para a já abalada autoestima do empresariado gaúcho.
Muitas grandes empresas do estado foram compradas nas última década ou estão movendo as operações. A Vonpar é um exemplo recente da primeira tendência e a Gerdau, hoje sediada em São Paulo, da segunda. Maurício Renner Leia mais em baguete 26/02/2018
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