O banco Inter, da família que controla a construtora MRV, formalizou nesta sexta-feira, 23, seu pedido junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para realizar sua oferta inicial de ações (IPO), que deve ocorrer em abril próximo. O protocolo ocorre no mesmo dia em que a agência de classificação de riscos Fitch rebaixou a nota de crédito do Brasil de BB para BB-, seguindo o movimento da S&P, no mês passado.
A percepção, conforme fontes, é de que o novo rebaixamento não trará nenhum efeito à fila de oferta de ações que está hoje nos bancos de investimento, programada para ir à rua ainda no primeiro semestre deste ano. O mês de abril deverá ser o mais aquecido, com nomes fortes como Notredame Intermédica e HapVida, ambas do segmento de saúde. Já a varejista de brinquedos Hi Happy é esperada para lançar sua oferta no fim de março. Segundo uma fonte de um banco de investimento, as agências não enxergaram o momento de reversão da economia brasileira.
No caso do banco Inter, a minuta do prospecto preliminar ainda não traz quantas ações serão ofertadas e o valor da operação, apenas que a emissão será primária, ou seja, com entrada de recursos no caixa da empresa, e secundária, com venda de ações pelos atuais acionistas, como Rubens Menin, que também é presidente do Conselho de Administração da MRV.
O documento mostra que as ações do banco Inter devem ser listadas no Novo Mercado, que é o segmento de maior exigência de governança corporativa da B3.
O Inter é um banco digital e em janeiro tinha 435 mil clientes, conforme seu prospecto. "As operações completamente digitais e 100% baseadas na nuvem garantem ao banco um alto poder de penetração e crescimento com uma estrutura de capital leve e com baixo custo de aquisição para cada novo cliente", de acordo com o documento.
No ano passado o lucro líquido do banco foi de R$ 47 milhões, aumento de 85% ante o visto um ano antes. O ativo total fechou o ano em R$ 3,6 bilhões, crescimento de 12,3% na relação anual.
O banco afirma que utilizará os recursos provenientes da oferta primária para incrementar suas operações de crédito, investir em tecnologia, em marketing e expandir em negócios por meio de aquisições estratégicas.
As ofertas neste ano devem se concentrar no primeiro semestre para evitar a volatilidade que deve surgir com as eleições no segundo semestre do ano. Estadao leia mais em dci 23/02/2018
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