21 fevereiro 2018

Genesis e PariPassu fundem negócios de olho na demanda por certificação agrícola

As empresas de certificação e rastreabilidade de produtos agrícolas Genesis Group e PariPassu anunciaram nesta quarta-feira a fusão de suas atividades, em um negócio realizado majoritariamente por meio de troca de ações, que visa tirar proveito da crescente demanda pelos serviços em um país que é grande produtor e exportador de mercadorias agropecuárias.

Com faturamento combinado superior a 100 milhões de reais, as duas empresas com sede no Sul do país ainda se fortalecem para enfrentar multinacionais em um setor bastante pulverizado, o que indica que o acordo não deve enfrentar obstáculos das autoridades antitruste, afirmou à Reuters o conselheiro da Genesis Group Nelson Bechara.

"O crescimento do negócio vem de alguns pilares, o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo... e tem uma demanda muito grande para alimentos seguros... neste contexto, tem oportunidade para criar uma empresa que seja líder em rastreabilidade do campo para a mesa", disse Bechara.

A certificação, a rastreabilidade, a análise de resíduos e outros processos de controle de qualidade são essenciais para o embarque dos produtos agropecuários e a aceitação dos produtos brasileiros pelos importadores. Sem processos rígidos que garantam a segurança alimentar, o Brasil corre o risco de perder mercado internacional.

Ele explicou que a Genesis, com sede em Londrina (PR) --que tem como sócio majoritário o fundo de private equity britânico Actis--, está mais focada em grãos, tendo classificado mais de 50 milhões de toneladas no Brasil no ano passado, ou mais de 20 por cento da safra nacional. Enquanto isso, a catarinense PariPassu é líder em rastreabilidade de frutas, legumes e verduras no país.

"De fato, é uma fusão, os sócios da PariPassu passam a ser sócios da Genesis, por meio de troca de ações, para manter os interesses alinhados", disse o conselheiro, acrescentando que uma parcela menor do acordo envolveu dinheiro, em montante não revelado.

Segundo ele, as duas empresas são complementares, e isso permitirá ao grupo avançar na certificação de novos produtos.

"Um dos objetivos é abrir novas cadeias agrícolas, acreditamos que podemos capturar de forma mais eficiente essa demanda... Olhamos a cadeia da carne, cadeia do café, outras que podemos explorar, tanto no campo quanto na indústria", disse ele.  Por Roberto Samora Reuters Leia mais em dci 21/02/2018

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