23 fevereiro 2018

Cade aprova sem restrições fusão de Essilor International e Luxottica

Órgão antitruste diz não ter identificado risco significativo de efeitos negativos no mercado de lentes para óculos

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a fusão entre as operações da fabricante de lentes francesa Essilor International e a italiana Luxottica, segundo despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira.

A combinação de negócios foi anunciada em janeiro do ano passado, quando a transação estava avaliada em 46 bilhões de euros, mas a alta no preço das ações elevou o valor do acordo a 48 bilhões de euros.

Conforme parecer no site do Cade, a Essilor tem 32 fábricas ao redor do mundo, das quais duas estão no Brasil, uma em Manaus (AM) e outra em Tupã (SP). O grupo francês ainda dispõe de 490 laboratórios óticos e instalações de corte de lentes e montagem em armações, sendo 32 no mercado brasileiro.

A italiana Luxottica, por sua vez, tem uma fábrica em Campinas e fornece lentes à rede Óticas Carol por meio do laboratório Global Lux, segundo o documento da autarquia.

Para a superintendência-geral do Cade, a fusão das empresas não impacta de modo significativo a concorrência no mercado brasileiro.

"Não foram encontradas evidências significativas de possibilidade de os efeitos negativos decorrentes da venda conjunta de produtos superarem os efeitos positivos dessa prática...concorrentes podem continuar a competir com as requerentes para ofertarem produtos mais baratos ou de melhor qualidade e, em última instância, beneficiar o consumidor final", avaliou o órgão antitruste.

O Cade cita, contudo, preocupações sobre movimentos futuros que poderiam causar, potencialmente, o fechamento de mercado. "Esses movimentos resultariam, principalmente, como identificado pela instrução, de aquisições de laboratórios óticos por parte da Essilor ou mesmo da adoção de estratégias comerciais que possam levar a uma tentativa de exclusão de rivais ou elevação das barreiras à entrada no mercado", destacou o parecer. (Por Gabriela Mello) Reuters Leia mais em dci 23/02/2018

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