28 janeiro 2018

TI - RADAR de Fusões e Aquisições em 2017 - crescimento de 18,9%.

O número de fusões e aquisições na área de TI e Telecom no Brasil bateu recorde histórico em 2017, com crescimento de 18,9%, tendo realizado 277 negócios e  movimentado 11,2 bilhões de reais, representando uma queda  de 12,1%.
O segmento de SOFTWARE é o mais ativo, sendo responsável por 39,7% dos negócios, seguido por MÍDIA.
Verifica-se crescimento em cinco segmentos e queda/estável em outros dois. SERVIÇOS DE TI e COMÉRCIO ELETRÔNICO foram os de maior queda/estável. O destaque ficou por conta do apetite dos segmentos de MÍDIA E SERVIÇOS DE TELECOM, confirmando a importância das mídias nas estratégias empresariais.
Quanto ao racional do investimento as operações direcionadas à Escala predominaram.
Transações envolvendo empresas de pequeno portes foram quase a metade dos negócios realizados no ano.
Os Investidores Estratégicos foram responsáveis por 126 negócios,  representando 45,5%, e em valor responderam por 42,7% do total.
Os Investidores Financeiros,  representados por Fundos de Investimentos realizaram  151 negócios - 54,5% e 57,3% em valor.
Os Investidores Nacionais responderam por 70,4% dos negócios e 33,4% dos investimentos do ano. Cresceram tanto em termos de quantidade de operações 31,8%,  como em os valores investidos - 51,4%, comparativamente ao ano anterior.
Os Estrangeiros, por sua vez, realizaram 29,6% dos negócios e 66,6% dos investimentos. Tiveram redução em relação ao ano anterior, tanto o número de negócios (-3,5%) como os montantes investidos (-27,3%).
O valor médio das transações apresentou queda de  26,0% em relação ao ano anterior.  O valor médio do Investidor Estratégico e o do Investidor Financeiro estão bem próximos da média geral - variação em torno de 6,0%. E o perfil médio de interesse do Investidor Estrangeiro é cerca de 4,7 vezes maior do que o perfil médio dos negócios do Investidor Nacional.
Foram registrados 82 operações de 24 países de origem, sendo os EUA  responsáveis por 42,7% desse total.
O Indicador de Volume de Transações de M&A sinaliza uma ligeira retomada. O crescimento reflete um aumento na confiança por parte dos investidores.

Operações de Fusões e Aquisições de Tecnologia da Informação – TI e Telecom, noticiadas com destaque na imprensa brasileira ao longo de 2017. As informações deste relatório, elaborado pelo Blog FUSÕES & AQUISIÇÕES (http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br) estão apresentadas em blocos, detalhando as transações por Volumes e Valores, Segmentos, Racional do Investimento, Porte das empresas, Perfil do Investidor, dentre outras.

ANÁLISE DO ANO DE 2017

Principais constatações.

No ano de 2017 foram apuradas 277 transações, representando um crescimento de 18,9%  em relação ao ano anterior.


No mês de dezembro/17 foram realizadas 37 transações, crescimento de 48,0% em relação a dez/16 (25 operações)  e aumento de 19,4%  em relação ao mês  anterior, nov/17 (31 transações).



O fluxo de transações realizadas trimestralmente evidencia uma interrupção do crescimento no 3º trimestre. O 4º trimestre/17 já sinaliza uma expectativa de retomada  de negócios a ponto de ter alcançado o maior número de operações da série histórica iniciada em 2011.


O objetivo do Indicador de Volume de Transações de M&A é sinalizar uma expectativa de tendência, com base na análise do verificado nos períodos semestrais móveis. O período móvel findo em dezembro/17, sinaliza uma retomada do crescimento. O crescimento reflete um aumento na confiança por parte dos investidores.


No ano de 2017, o segmento de SOFTWARE continua liderando  como o mais ativo, desde 2013. Depois de SOFTWARE, o segmento de MÍDIA ficou em 2º lugar, confirmando a importância das mídias nas estratégias empresariais, desbancando inclusive SERVIÇOS DE TI, que ocupava o tradicionalmente esta posição. SERVIÇOS DE INTERNET e COMÉRCIO ELETRÔNICO  ficaram em 4º e 5º lugares respectivamente.

Na classificação entre os Segmentos de TI no ano de 2017, o subsegmento de Finanças, Comunicações, Educação, Saúde, Energia e Meio ambiente, Setor público.. (Verticais App) de SOFTWARE liderou o número de transações, com 22,7% do total. E o subsegmento MÍDIA com 18,1% demonstrando a força da incorporação de novas competências nas empresas.


No que tange aos montantes das transações, incluindo as operações que divulgaram os valores e as não divulgadas (estimados), o ano de 2017  totalizou cerca de 11,2 bilhões de reais, representando uma queda em relação ao ano anterior de 12,1%. Desse total, 77,9% correspondem ao Valores Divulgados e 22,1% Valores Não Divulgados.


No mês de dez/2017, os valores alcançaram R$2,8 bilhões de reais.



Comparando-se o número de transações por segmentos compiladas em 2017, com o ano anterior, verifica-se crescimento em cinco segmentos e queda/estável em outros dois.
SERVIÇOS DE TI e COMÉRCIO ELETRÔNICO foram os de maior queda/estável. O destaque ficou por conta do apetite dos segmentos de MÍDIA E SERVIÇOS DE TELECOM, com crescimento significativo.


Quanto à representatividade das transações por segmentos,  nos últimos dois anos, constata-se que ficou estável o grau concentração  nos 3 segmentos mais expressivos: Software, Serviços de TI e Mídia.
Em 2013, estes e segmentos representavam 56,4% do total das operações, atualmente concentram 74,7%.


RACIONAL DO INVESTIMENTO - A intenção é distinguir as transações de M&A na área de TI, Telecom e Mídia, em função da Tese de Investimento, ou seja, os conceitos que prevaleceram para a aquisição da empresa-alvo. Na maior parte das vezes a notícia não é muito clara a respeito dos direcionadores de valor que levaram à aquisição. Mesmo assim, procurou-se identificar as premissas sobre o Racional da transação para segregar em 4 grandes grupos, de modo a permitir o entendimento das principais vetores que estão orientando os investidores estratégicos e financeiros.

Em 2017 as operações com o racional do investimento direcionado para Escala prevaleceram - voltadas para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias.

(1) Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos
(2) Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências
(3)Aumentar market-share, aproveitar sinergias e economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares
(4) Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala;

PORTE DAS EMPRESAS - O objetivo é proporcionar uma visão das transações classificadas em função do porte das empresas. Utilizou-se o critério adotado pelo BNDES e aplicável a todos os setores para a classificação do porte em função da Receita Bruta anual (informada ou estimada).

Em relação ao porte, os investidores deram preferência para empresas de pequeno  porte em 2017, representando 46,9% do total dos negócios realizados. Interessante notar que comparativamente ao ano anterior, os portes referentes a Média e Grande empresas  tiveram queda. E o maior crescimento ocorreu em Microempresas e Média-grande empresas.

 • Microempresa <= R$ 2,4 milhões
 • Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões
 • Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões
 • Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões
 • Grande empresa > R$ 300 milhões

Quanto à representatividade das transações sob a ótica do Porte,  nos últimos 5 anos, observa-se um aumento expressivo da participação das Micro e Pequenas empresas.  Em 2013, estes e segmentos representavam 51,8% do total das operações, atualmente concentram 65,3%.



Quanto ao valor médio das transações em 2017, por Segmento de TI, verifica-se uma queda de  26,0% em relação ao ano anterior. Interessante notar que a maioria (4) dos segmentos, tiveram queda no seu valor médio, comparativamente ao ano de 2016. As maiores quedas de valor médio ocorreram nos segmentos HARDWARE  DE TI & TELECOM e SERVIÇOS DE TI. Os maiores crescimentos foram em SERVIÇOS DE INTERNET e SERVIÇOS DE TELECOM.


PERFIL DO INVESTIDOR - Em relação ao perfil do investidor, das 277 operações, os Investidores Estratégicos foram responsáveis por 126 negócios em 2017, representando 45,5%, sendo que em valor responderam por 42,7% do total .
Desse volume, 84 operações foram realizadas por empresas de capital nacional -  30,3% e em valor foram responsáveis por 13,9% -   e 42 de capital estrangeiro - isto é, 15,2% em número e 28,8% em valor .
Constatou-se que os Investidores Estratégicos reduziram em 14,3% o número de negócios comparativamente ao ano anterior, e também diminuíram em 50,9%  os valores investidos.

Os investidores financeiros,  representados por Fundos de Investimentos realizaram  151 negócios - 54,5% e 57,3% em valor, em 2017.
Estão distribuídos entre capital nacional com 111 negócios, 40,1% e 19,5% em valor,  e de capital estrangeiro com 40, ou seja 14,4%, e responderam por 37,8% em valor.
Por sua vez, os Investidores Financeiros cresceram 75,6% o número de negócios comparativamente com 2016, e  aumentaram em 113,6%  os valores investidos.



Quanto aos Investidores Nacionais, eles responderam por 70,4% dos negócios e 33,4% dos investimentos. Cresceram tanto em termos de quantidade de operações 31,8%,  em relação ao ano anterior, como em 51,4% os valores investidos.
Os Estrangeiros, por sua vez, realizaram 29,6% dos negócios e 66,6% dos investimentos. Tiveram , por sua vez, uma redução em relação ao ano anterior, tanto o número de negócios (-3,5%) como os montantes investidos (-27,3%)

Quanto ao valor médio das transações, interessante notar que o perfil do valor médio do investidor estratégico e o investidor financeiro estão bem próximos da média geral - variação em torno de 6,0%. E o perfil médio de interesse do Investidor Estrangeiro é cerca de 4,7 vezes maior dos eu o perfil médio dos negócios do investidor nacional.
(1) Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço.
(2) Fundo de Investimento Private Equity; Venture Capital, Angel;
(3) Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não).
(4) Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não).

NACIONALIDADE DOS INVESTIDORES - Em relação à nacionalidade das empresas que estão investindo no Brasil no ano de 2017, foram registradas 82 operações de 24 países de origem.
Os EUA foram responsáveis por 42,7% desse total, com 35 negócios.



MAIOR TRANSAÇÃO DE TI DIVULGADA NO MÊS

  • Algar Telecom acerta venda de 25% para afiliada de fundo soberano de Cingapura e desiste de IPO - Venda será feita através de um aumento de capital subscrito pelo fundo. A operadora de telecomunicações Algar Telecom fechou um acordo para a venda de 25 por cento de seu capital social e votante para uma afiliada do fundo soberano de Cingapura. A venda da participação para Archy LLC, afiliada do fundo soberano GIC Special Investments, será feita através de um aumento de capital subscrito pelo fundo de pelo menos 352 milhões de reais; e a compra pelo investidor de um total de 648 milhões de reais em ações de titularidade do acionista controlador.02/01/2018

RELAÇÃO DAS TRANSAÇÕES

A relação das transações de Fusões e Aquisições na área de TI, segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e compiladas pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. Todas podem ser pesquisadas e localizadas no blog.


M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 O RADAR de M&A em TI tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições, no setor de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação, bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação mensal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Operações divulgadas em relatórios anteriores podem sofrer alterações, por conta de cancelamentos, renegociações, atualizações,  etc. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.

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