O movimento de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) e de ofertas subsequentes de ações ("follow-on") pelas empresas vai começar o ano a toda velocidade. Por conta da eleição presidencial, os bancos têm recomendado às empresas antecipar seus planos de ir a mercado.
Mesmo com perspectiva de ser mais fraco do que 2017, melhor ano para as ofertas de ações desde 2009, o movimento neste ano estará longe de ser ruim pelas projeções dos bancos. As instituições calculam algo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões no primeiro semestre, podendo alcançar um total de R$ 35 bilhões no acumulado do ano, pelas expectativas mais otimistas. Em 2017, foram R$ 42,9 bilhões entre companhias que estrearam na bolsa de valores e outras que fizeram novas emissões.
A boa notícia é que 2018 deve contar com um número maior de companhias que vão à bolsa de valores para captar recursos para investir, uma reação à melhora dos indicadores econômicos. No ano passado, muitas companhias acessaram a bolsa para se recapitalizar. "A menor parte das ofertas será para a redução do endividamento das empresas", diz Alessandro Zema, responsável pelo banco de investimento do Morgan Stanley.
"A gente tem vivenciado nos últimos meses uma janela favorável, com redução forte tanto da taxa de juros quanto do custo de capital próprio, o que implica em maior valorização dos papéis das empresas", explica Carlos Antonio Rocca, diretor do Centro de Estudos do Mercado de Capitais (Cemec-Fipe). O pesquisador espera uma manutenção do fôlego de ofertas de ações também neste ano.
Para Rocca, há fatores de impulso às operações de abertura de capital e de follow-ons "que não dependem das eleições". Segundo o diretor do CemecFipe, além da queda das taxas de juros, "há um bom número de empresas à espera de uma redução do custo de capital para estrear na bolsa junto com fundos de 'private equity' e 'venture capital' em processo de desinvestimento".
O pesquisador lembra que "na explosão de IPOs entre 2006 e 2007, cerca de 40% das operações eram de desinvestimento por parte de fundos". Neste ano, avalia o diretor do Cemec-Fipe, embora a maior parte das companhias ainda busque refinanciar dívidas, já deverá haver uma parcela significativa que vai acessar a bolsa para financiar novos investimentos. Fonte:Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 09/01/2018
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