O grupo francês SNEF, cujo faturamento global, em 2017, ultrapassou € 1 bilhão, acaba de adquirir 51% do capital social da empresa gaúcha Sequor Softwares Industriais, com sede em Canoas. No final da semana passada, executivos da operação Brasil da SNEF estiveram em Porto Alegre para discutir os termos da aquisição. A assinatura formal do contrato acontece nesta terça-feira, quando uma comitiva de executivos da matriz francesa estará em Canoas para formalizar o acordo.
A multinacional - que projeta, desenvolve e integra soluções multitécnicas - quer aproveitar a capacidade de desenvolvimento de softwares de manufatura do player gaúcho. Para isso, nos próximos três anos, pretende investir cerca de US$ 1,6 milhão para criar a nova geração de soluções Sequor voltadas para atender às demandas da indústria 4.0, com todo seu potencial de transformação por meio das novas tecnologias.
"A Sequor tem uma atividade muito complementar à nossa e uma tecnologia realmente diferenciada em relação a tudo que temos visto por aí", comenta o presidente da SNEF do Brasil, o francês Pierre Dussaud. Ele acredita que a aquisição será importante para o avanço da operação do grupo não só na América Latina, mas em mercados mais maduros, como o europeu. "Já temos soluções de automação de chão de fábrica, mas nos faltava expertise para preencher o gap da integração disso com o ERP, que faz a gestão das empresas. E isso eles fazem muito bem, o que vai nos trazer ganhos nos projetos de Indústria 4.0", complementa.
Ao se posicionar mais fortemente nos mercados em que atua, a partir do uso de tecnologias digitais mais sofisticadas, a SNEF Brasil também pretende ver dobrar rapidamente o seu faturamento atual, que gira em torno de R$ 300 milhões. Apesar da crise dos últimos anos, Dussaud revela que a operação conseguiu um bom desempenho e tem intensificado a diversificação da sua atividade, atuando, hoje, nos setores automotivo, de materiais de construção, farmacêutico, alimentício e de infraestrutura. No segmento de transportes, ajudou, com as suas soluções, na construção das Linhas 4 e 15 do metrô de São Paulo. A sede no mercado nacional fica em Belo Horizonte, e a companhia mantém escritórios regionais em cidades como Goiana, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras.
Globalmente, a companhia atua nos setores de energia, desenhos e processos industriais, telecomunicações e Tecnologia da Informação (TI). Com matriz em Marselha, na França, tem mais de 10 mil funcionários distribuídos em 120 filiais.
A Sequor já pensa, agora, nos próximos passos. Fundada em 2005, a empresa é especializada em soluções de softwares para controle e gestão de manufatura, que permitem uma integração total das informações do chão de fábrica com os principais sistemas de ERP do mercado. As informações colhidas no chão de fábrica são repassadas em tempo real para os gestores. Entre os clientes estão Honda Automóveis, Stara, AGCO, Midea-Carrier, Dana e Andreas Stihl, entre outros.
Atualmente, o player gaúcho tem 40 funcionários e um faturamento anual de R$ 7,5 milhões. Porém, o CEO da Sequor, Alpheu Pereira Cardoso, comenta que o plano de negócios para os próximos cinco anos, já realizado junto com a SNEF, vai mudar esses números. "Vamos expandir para mais de 200 funcionários, atendendo clientes localizados em mais de 10 países", projeta.
Com a aquisição, a identidade visual da Sequor deve permanecer, bem como todos os sócios. Nas próximas semanas, será definida a nova configuração da gestão da operação. Uma das ideias da SNEF é reforçar a comunicação da Sequor no painel de clientes globais da corporação. "O propósito de uma empresa como a nossa, com as soluções que desenvolvermos, é ser global. E, agora, isso será possível", comemora Cardoso. - Jornal do Comércio Patricia Knebel Leia mais em jcrs.uol 21/01/2018
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