03 janeiro 2018

EUA barram venda de MoneyGram para empresa do Alibaba

Nem encontro do bilionário Jack Ma com Donald Trump salvou a transação avaliada em US$ 1,2 bilhão

A aquisição da empresa de pagamentos MoneyGram pela Ant Financial, do grupo chinês Alibaba, foi suspensa após o governo dos Estados Unidos barrar o negócio. A fusão, anunciada no dia 27 de janeiro de 2017, fracassou ao não contar com a autorização do Comitê de Investimentos Exteriores dos EUA. Com a compra da empresa sediada em Dallas — em uma transação de US$ 1,2 bilhão —, a Ant Financial ganharia escala no país e atuação em vários países, como Índia e Filipinas.

Atualmente, a empresa chinesa é 16 vezes maior do que o PayPal, de acordo com a revista The Economist. Integra o grupo Alibaba, do bilionário Jack Ma, e controla a carteira digital AliPay, além de fornecer outros serviços financeiros.

O negócio com a MoneyGram mostrava-se particularmente importante para a Ant Financial, que envolveu esforços pessoais do próprio Jack Ma. O acordo de fusão saiu após encontro pessoal de Ma com o presidente recém-eleito dos EUA, Donald Trump. O executivo prometeu criar novos empregos no país — bem como fez lobby de negócios chineses.

Desde o início do ano passado, porém, o ambiente de negócios mudou substancialmente, com os EUA bloqueando algumas parcerias com empresas chinesas, segundo análise da Bloomberg. Em comunicado divulgado ontem, o CEO da MoneyGram, Alex Holmes, afirmou que o cenário geopolítico alterou-se muito desde que a fusão com a Ant Financial foi anunciada há um ano e que, "a despeito dos esforços de colaboração com o governo americano", ficou claro que o comitê não iria aprovar a fusão.

Pelos termos do acordo, no entanto, a Ant ainda terá de pagar US$ 30 milhões a MoneyGram para finalizar o processo de aquisição.

Reação do governo chinês
O bloqueio do negócio gerou manifestações do governo chinês. Nesta quarta-feira, a China pediu aos Estados Unidos que garanta "condições iguais e um ambiente previsível" para que suas empresas possam investir e abrir negócios nesse país. "Queremos trabalhar com os EUA no estabelecimento do respeito e benefício mútuo para avançar na nossa cooperação econômica, porque serve ao interesse dos dois países e dos dois povos", afirmou em uma coletiva de imprensa Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês.

Geng insistiu que o governo da China "sempre encoraja suas empresas para que sigam as práticas do mercado, as regras internacionais e as leis locais".

EUA e a Europa acusam tradicionalmente a China de colocar impedimentos às suas empresas quando querem fazer operações corporativas no país, enquanto o governo chinês exige igualdade de condições para as suas companhias nestas regiões. agência efe Leia mais em epocanegocios 03/01/2018

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