O clima no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é pela reprovação da compra da Liquigás pela Ultragaz e já existem empresas se movimentando para comprar a subsidiária da Petrobras, apurou o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor. A concentração no mercado de gás de cozinha (GLP) preocupa a autoridade antitruste desde que o negócio foi anunciado pelo conselho de administração da petroleira já que o negócio envolve a junção das duas maiores empresas do setor.
O caso foi notificado no início de abril e, pelo prazo legal, tem de ser analisado até o início do ano que vem. Assim, o prazo para que o clima mude dentro do conselho existe, inclusive porque o conselho mudará no período. Entretanto, uma mudança de entendimento é considerada improvável por quem acompanha o caso.
O conselheiro Alexandre Cordeiro deixará o tribunal administrativo da autarquia para se tornar superintendente geral. Ele será substituído pela advogada Polyanna Vilanova. Já o decano do conselho, Gilvandro Vasconcelos, terá seu mandato encerrado em janeiro e pode não participar da decisão, a depender de quando ele será levado ao plenário.
Com o provável veto, esta será a terceira negativa dada pelo Cade a megaoperações em um curto espaço de tempo e o segundo envolvendo o grupo Ultra. Neste ano, a autoridade antitruste impediu a compra da Alesat pela Ipiranga. Antes disso, a autarquia já havia impedido a Kroton de comprar a Estácio e formar um gigante do setor educacional. O caso também envolvia a união das duas líderes do setor.
Diante da esperada negativa, o Cade já foi sondado por um fundo estrangeiro sobre a Liquigás. O movimento foi preliminar, para entender a disposição da agência em relação ao assunto e a empresa envolvida analisa neste momento os números da Liquigás para ver se o negócio é viável e interessante.
A Superintendência Geral (SG) do Cade já tinha sugerido a reprovação como “a medida mais adequada para o presente caso”. De acordo com a área técnica da autarquia, “a operação elimina um “player” relevante na maior parte dos estados brasileiros, tornando o mercado ainda mais concentrado”.
Além disso, prossegue o relatório, “existem indícios robustos de que a presente operação acarreta aumento da probabilidade de exercício coordenado de poder de mercado”. Em casos assim, é comum a SG procurar soluções que viabilizem o negócio, conhecidos como remédios anticoncorrenciais no jargão do setor.
Entretanto, na operação envolvendo as duas empresas a unidade do Cade entendeu que “não há pacote de remédios que enderece de forma adequada todas as preocupações identificadas, e que seja igualmente implementável e de fácil monitoramento”.Fonte: Valor Econômico Leia mais em minaspetro 26/01/2018
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