O Ibovespa encerrou a sessão de negócios de ontem com ganhos de 0,51%, aos 84.912,70 pontos. Com isso, o índice fechou janeiro valorizando 11,14%, o melhor resultado para o mês dos últimos 12 anos. Em 2006, sustentava alta de 14,73% no acumulado.
Depois de dois dias de correção, o mercado acionário brasileiro abriu em alta com o Ibovespa chegando a testar o patamar dos 86 mil pontos no final da primeira etapa do pregão. No entanto, o ritmo arrefeceu ao longo da tarde.
Imediatamente após o anúncio da decisão do Federal Reserve (Fed), de manter a taxa de juros inalterada, o índice ampliou ganhos, em um movimento bastante pontual, mas desacelerou logo depois.
O volume de recursos estrangeiros também fez diferença para o desempenho mensal. Segundo a B3, até o dia 29 de janeiro, o saldo positivo de recursos estrangeiros foi de R$ 9,527 bilhões.
Isso significa 70% do registrado em todo o ano passado (R$ 13,4 bilhões).
Rodrigo Martins, gestor na AQ3 Asset Management, afirma que os investidores estão bastante otimistas e completa dizendo que a pesquisa Datafolha mostra um cenário com risco menor de um governo que não seja pró-reforma. “A bolsa pode ganhar mais tração quando ficar claro quem realmente vai liderar. O mercado começa a descartar os piores cenários eleitorais”, disse.
Ao fim do pregão, as blue chips desaceleraram os ganhos. Ainda assim, a valorização mensal é significativa. Petrobras ON e PN fecham janeiro acumulando alta de 25,96% e 22,36%, respectivamente. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 22,78%, Bradesco PN, 20,44%, Banco do Brasil ON, 24,70% e as units do Santander, 16,57%.
Mercado Cambial
O dólar, por sua vez, teve uma sessão volátil ontem com a cautela de investidores antes da decisão de política monetária do Fed e fechou em alta de 0,32%, a R$ 3,1910.
A moeda americana voltou a cair pontualmente ante o real, assim que a decisão do Fed saiu, mas voltou a subir e fechou perto das máximas, seguindo o comportamento da divisa no exterior. No mês, porém, a moeda recuou 3,76%.
“O dólar sofreu um massacre e há espaço para recuperação”, comentou José Raymundo Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos.
No campo doméstico, a queda expressiva da moeda norte-americana em janeiro foi apontada por profissionais como um estímulo às compras.
“Como o dólar caiu bastante, investidores aproveitaram para montar posições, em busca de proteção”, afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
“Este mês foi favorável, mas fevereiro demanda certa cautela, ainda mais com a expectativa sobre a votação ou não da reforma da Previdência na Câmara”, acrescentou.
Ricardo Gomes da Silva, diretor da Correparti, comentou que o dólar chegou a cair forte pela manhã, chegando ao nível de R$ 3,14, porque os vendidos em dólar futuro eram maioria e forçaram a cotação da moeda para baixo. “Passada a definição da Ptax, o dólar passou a se recuperar”. A última taxa Ptax do mês de janeiro fechou aos R$ 3,1624, em queda de 0,12% sobre o fechamento de terça-feira (R$ 3,1661).
O giro financeiro chegou aos US$ 1,783 bilhão. No mercado futuro, a moeda americana para março terminou com ganho de 0,06%, a R$ 3,1955. O giro alcançou os US$ 27,876 bilhões. / Estadão Conteúdo Leia mais em DCI 31/01/2018
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