01 dezembro 2017

Vendas de participações devem acontecer no 1º tri

A Eletrobras espera concluir as vendas das suas participações minoritárias já nos primeiros meses do ano que vem, devido ao forte interesse demonstrado pelos sócios da companhia em adquirir esses ativos.

"Esse procedimento [de venda] tem uma burocracia própria, mas minha expectativa é que a conclusão da venda ocorra no primeiro semestre do ano que vem. Idealmente, no primeiro trimestre", disse, em entrevista ao Valor, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr.

A venda das participações em 74 sociedades de propósito específico (SPEs) nas quais a Eletrobras é sócia minoritária é fundamental para que a companhia atinja a meta de redução de endividamento, para uma relação entre dívida líquida e resultado antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) inferior a 3 vezes até dezembro do ano que vem. Ao fim de setembro, a alavancagem da estatal estava em 4,1 vezes, ligeiramente acima da meta deste ano, de 4 vezes.

"Os 21 controladores das nossas SPEs estão demonstrando interesse forte nos ativos", afirmou Ferreira Jr. Segundo o executivo, ao menos metade deles já procurou a companhia dizendo ter interesse nas aquisições.

Os ativos incluem projetos de geração de energia eólica e de transmissão. O BTG Pactual e o escritório de advocacia Souza Cescon foram contratados para fazer a modelagem da operação, que será submetida ao conselho de administração da companhia no dia 15 deste mês.

No setor de transmissão de energia, a Eletrobras pode ter um revés contábil, relacionado à mudança no pagamento das indenizações de ativos antigos de transmissão ainda não amortizados, que foram renovados em 2012 nos termos da Medida Provisória 579.

Quando as transmissoras prorrogaram as concessões, ganharam o direito de receber pelos investimentos ainda não amortizados. A forma do pagamento, no entanto, só foi definida ano passado, quando uma portaria ministerial decidiu que os montantes seriam pagos em oito anos, por meio dos reajustes tarifários. Nessa metodologia, o total a ser pago via tarifa chegaria a cerca de R$ 65 bilhões. Os grandes consumidores industriais questionaram a decisão e conseguiram liminares na Justiça contra o aumento nas contas de luz.

A Eletrobras reconheceu R$ 25 bilhões referentes às indenizações em seus resultados de 2016. A conta, porém, pode ficar diferente com a proposta em elaboração pelo governo para encerrar a judicialização. Os pagamentos serão feitos em um prazo maior, ao longo de 30 anos. Já o índice de correção do valor, que era o custo de capital, será substituído pelo custo médio ponderado de capital (Wacc), uma taxa inferior.

Segundo Ferreira Jr, a mudança no prazo e na taxa deve ter algum tipo de efeito na companhia, que teve lucro em 2016 por causa do efeito contábil das indenizações lançadas no balanço. Se o Wacc se provar menor que a taxa utilizada anteriormente, "haverá sim um efeito contábil de baixa", disse.

Além disso, como o prazo de pagamento será maior, a expectativa de entrada de caixa na companhia não vai se concretizar. "Isso tem impacto no endividamento líquido, porque entra menos caixa do que o previsto. Mas, por enquanto, não tem nenhum impacto", afirmou Ferreira Jr. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 01/12/2017


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