O mercado de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) na Europa parece promissor em 2018. Empresas como Siemens e Deutsche Bank se preparam para colocações bilionárias, o que leva os analistas a projetar outro ano agitado para o mercado de capitais.
O otimismo em relação ao crescimento econômico deve colocar as preocupações políticas em segundo plano, apesar da intensificação das negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
A Europa teve forte desempenho em termos de IPOs em 2017. As captações de empresas e acionistas chegam a US$ 55 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg, comparado a US 37 bilhões em igual período de 2016.
O avanço da região em um ano marcado por importantes eleições regionais e pelas negociações em torno do Brexit mostra que os investidores estão dispostos a avaliar as ofertas de ações individualmente e não foram desanimados pelas incertezas, de acordo com o analista Ken Odeluga, da City Index, em Londres.
"Esperamos que a atividade de IPOs em 2018 supere a de 2017 e haverá mais diversidade em termos de regiões geográficas, setores, ativos patrocinadores e desmembramentos corporativos", afirmou por e-mail Achintya Mangla, do J.P. Morgan Chase, responsável por ações na Europa, Oriente Médio e África.
"Um ambiente de mercado muito construtivo ajuda a formar uma sequência muito forte de operações." Entre os maiores IPOs esperados para 2018, incluindo empresas da África e Oriente Médio que estudam listar ações em bolsas europeias, estão a Adyen, startup holandesa que tem apoio de gigantes do Vale do Silício e considera abrir o capital já no ano que vem, segundo fontes com conhecimento do assunto. A Iconiq Capital, gestora de fortunas que trabalha para diversas famílias - e tem entre seus investidores o presidente do Facebook, MarkZuckerberg, e o cofundador do Twitter, Jack Dorsey - investiu na Adyen em 2015, avaliando a empresa em US$ 2,3 bilhões.
Outra candidata é a Avast Software, fabricante de programas antivírus que contratou o Rothschild para estudar um IPO, segundo fontes. A operação poderia avaliar a empresa em aproximadamente US$ 4 bilhões, de acordo com a Reuters.
O governo da Bélgica também selecionou bancos de investimento como assessores em uma abertura de capital do Belfius Bank. Segundo fontes, a operação pode levantar cerca de € 2,5 bilhões (US$ 3 bilhões).
Sediado na Arábia Saudita, The Olayan Group estuda abrir o capital da Chipita, fabricante de alimentos da Grécia que pode ser avaliada em € 1 bilhão, segundo pessoas a par da situação.
Além disso, o Deutsche Bank espera captar aproximadamente € 2 bilhões com a abertura de capital do braço de gestão de ativos. Uma oferta parcial avaliaria a unidade em cerca de € 8 bilhões, respondendo por boa parte do capital que o banco esperava levantar com vendas de ativos sob o plano de reestruturação divulgado em março.
Da África, o grupo africano de telecomunicações Econet estuda vender ações na Bolsa de Valores de Londres no ano que vem, com valor de aproximadamente US$ 8 bilhões após a junção de ativos novos e existentes, segundo fontes.
Uma investida da BlackStone, a GEMS Education pretende contratar bancos como Bank of America e Credit Suisse Group para realizar um IPO em Londres no ano que vem, de acordo com fontes. O valor da GEMS pode passar de US$ 4 bilhões.
A fabricante alemã de freios de caminhão Knorr-Bremse contratou J.P.
Morgan e Deutsche Bank para liderar um IPO, segundo pessoas com conhecimento do assunto. A venda de ações pode avaliar a companhia em € 15 bilhões, numa transação em Frankfurt.
Também na Alemanha, a Siemens vai listar a divisão de saúde em Frankfurt no primeiro semestre de 2018, no que deve ser uma das maiores aberturas de capital na história recente da Alemanha. A liquidez elevada e a importância de Frankfurt como centro de negociações, especialmente após a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia, influenciaram a decisão da empresa de listar ali.
A divisão inteira pode ser avaliada entre € 30 bilhões e € 40 bilhões, segundo a Bloomberg Intelligence. Isso significa que as ações listadas podem valer de € 4,5 bilhões a € 10 bilhões.
A Yildiz Holding, dona da marca de chocolates Godiva, planeja vender ações de sua rede de supermercados populares na Turquia, chamada Sok Marketler Ticaret, em uma IPO em Londres que pode avaliar a companhia em US$ 3 bilhões ou mais, segundo pessoas a par da situação. Leia mais em valoreconomico 22/12/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário