07 dezembro 2017

Adiamento da reforma Previdência seria suficiente para S&P cortar rating do Brasil

O Brasil não deveria adiar para 2019 a reforma da Previdência, sob risco de sofrer novo rebaixamento de sua nota de crédito, disse o chefe global de ratings soberanos da agência de classificação de risco Standard & Poor's, Moritz Kraemer.

"A não aprovação da reforma logo enviaria um sinal de que as instituições no país não estão funcionando a favor do futuro do país", disse Kraemer em entrevista à Reuters na terça-feira.
Segundo o executivo, mais do que a economia de curto prazo para os cofres do governo, os ajustes na Previdência mostrariam um compromisso do país com uma agenda reformista mais ampla.

"O momento foi construído para que a reforma aconteça agora; esperar para 2019 não seria uma boa ideia", disse Kraemer, para quem o cenário base é de aprovação da proposta antes das eleições de 2018.

Os comentários são o alerta mais claro de uma das três grandes agências globais de classificação de risco até agora quanto aos prováveis desdobramentos do fracasso do governo do presidente Michel Temer em aprovar a reforma previdenciária.

Na véspera, Temer disse ter "esperança" para votar a reforma da Previdência no plenário da Câmara ainda em 2017.

A S&P manteve em agosto a nota BB (SA:BBAS3) para a dívida soberana brasileira, dois degraus abaixo do nível considerado de baixo risco, logo após o governo ter elevado as metas de déficits fiscais para 2017 e 2018. A S&P também retirou o rating brasileiro de "observação negativa" e passou para "perspectiva negativa". Por Aluisio Alves e Daniel Flynn (Reuters) Leia mais em investir 07/12/2017

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