17 novembro 2017

Indicadores confirmam recuperação lenta da atividade econômica no País

O Indicador Antecedente Composto de Economia (IACE) registrou avançou de 0,6% entre setembro e outubro, chegando a 110,9 pontos. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).

Das oito séries que compõe o IACE, seis colaboraram para a evolução do indicador no mês passado. Os destaques ficaram com o Índice de Expectativas do Setor de Serviços, que cresceu 2,3% no período, e a taxa referencial de swaps DI pré-fixada, com alta de 0,068%. Apesar de pequeno, o avanço desse item mostra que a política monetária do Banco Central (BC) está sendo bem avaliada pelo mercado e que há espaço para novos cortes na taxa Selic, disse Paulo Picchetti, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).

Por outro lado, o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE) teve queda de 0,1%, para 99,5 pontos em outubro. Foi a primeira baixa desse indicador desde março deste ano.

De acordo com Picchetti, o avanço do IACE, que aponta tendências para o futuro da atividade no País, e a leve retração do ICCE, que mostra o quadro atual da economia, indicam que a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) continua em curso, mas ainda de forma lenta.

O entrevistado também chamou atenção para a diversidade da melhora do IACE. "Não é algo visto apenas em um setor. Tivemos uma evolução de vários componentes, da indústria aos serviços."

Entretanto, ele afirmou que as eleições presidenciais de 2018 podem puxar as expectativas para baixos nos próximos meses. "Se a reforma da Previdência não for aprovada e um candidato contrário a essa medida ganhar força, entraremos em um cenário pior que o atual", indicou o especialista.

Expansão do PIB

O PIB calculado pelo Itaú Unibanco (PIBIU) registrou avanço de 0,2% em setembro, no confronto com o resultado de agosto. No terceiro trimestre, o crescimento foi de 0,6%, frente ao registrado de abril a junho, e de 1,6%, na comparação com o igual período do ano passado. Esse último aumento superou a expectativa do banco, que projetava um avanço de 1,1% para o período.

"Diversos setores da indústria e do varejo, bem como o mercado de trabalho, estão apresentando resultados positivos nos últimos meses. Alinhado a isto, a dinâmica recente do PIBIU fortalece nossa visão de retomada gradual da atividade econômica do Brasil", apontou o banco, em nota divulgada ontem à tarde.

Já as estimativas da Serasa Experian indicaram avanço de 0,3% do PIB entre julho e setembro, na comparação com o segundo trimestre, e de 1,2%, ante igual período de 2016. Em comunicado, também divulgado ontem, a instituição mencionou o corte dos juros e a conjuntura internacional favorável entre os motivos para a recuperação do PIB.

Segundo Bruno Levy, economista da Tendências Consultoria, a melhora da atividade se dá apesar da incerteza política e em relação ao futuro das reformas. "É um movimento cíclico de recuperação, bastante ligado à inflação baixa e à política monetária", afirmou ele.

Mesmo com a evolução da atividade no País, o especialista disse que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deve voltar ao patamar atingido antes da crise só em 2021.

"O investimento deve ter voltado a crescer no PIB do terceiro trimestre [ainda não divulgado], com a recuperação da construção civil e do setor de bens de capital. Entretanto, a queda da [FBCF] acumulada durante a crise econômica foi muito grande, temos praticamente uma década perdida."

A Tendências projeta avanços de 0,7% e 2,8% para o PIB deste e do ano que vem, respectivamente. Já para o investimento, é prevista diminuição de 2,2% em 2017, e avanço de 6,2% em 2018.

Mais otimismo

As estimativas dos analistas financeiros para o crescimento econômico melhoraram nos últimos meses. No relatório Focus mais recente, divulgado na segunda-feira, foi projetada expansão de 0,73% para o PIB deste ano. Em junho, era previsto avanço em torno de 0,4% para a economia em 2017.

De acordo com os entrevistados pelo DCI, o desempenho acima do esperado de diversos indicadores econômicos durante os últimos meses levou às alterações nas estimativas. DCI Leia mais em portal.newsnet 17/11/2017

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