06 outubro 2017

Eneva conclui oferta de R$ 835 milhões e reestreia na bolsa

Depois de quase ruir como parte do Grupo X, a empresa de energia Eneva (antiga MPX) vai reestrear na bolsa de valores na segunda-feira. Ontem, a companhia concluiu a captação de R$ 834,5 milhões em recursos novos por meio de uma oferta de ações. Como a Eneva já é listada, mas os papéis têm pouca liquidez, essa transação é conhecida como um re-IPO (oferta inicial de ações em inglês).

Com esses recursos, a Eneva pretende deixar para trás a herança de seu criador, o empresário Eike Batista. A maior parte do dinheiro será usada para o pagamento de dívidas, o que permitirá à companhia ampliar sua capacidade de investimentos daqui para a frente. A empresa tem hoje alguns projetos na carteira que não consegue tocar por falta de recursos.

Não foi, porém, sem dificuldades que a Eneva conseguiu fechar a transação. Quando lançou a oferta, a Eneva buscava um preço entre R$ 13 e R$ 16 por ação, mas, depois de encontrar pouca procura pelos papéis, reduziu o piso desse intervalo para R$ 11, valor no qual a transação foi concluída. Esse preço representa um desconto de quase 7% sobre o preço de fechamento dos papéis na bolsa ontem.

Depois de reduzir o preço, a Eneva conseguiu atrair os investidores. Cerca de 70% dos compradores dos papéis são fundos de investimento brasileiros. Investidores de longo prazo também compraram papéis.

Segundo o Valor apurou, uma fatia dos recursos novos levados para a companhia veio de um de seus principais acionistas, a Cambuhy Investimentos, espécie de gestora de fundo de private equity que tem entre seus investidores o banqueiro Pedro Moreira Salles.

Com o aporte, a Cambuhy buscou evitar uma diluição total na companhia. Antes da oferta, a gestora tinha 25,72% da Eneva, e depois da operação deve se manter um pouco abaixo disso. Procurada pela reportagem, a Cambuhy não comentou o assunto.

Também dona da recém-adquirida Alpargatas e de uma fatia da Hering, a Cambuhy enxerga na Eneva uma grande plataforma de energia com potencial de crescimento, por isso tem planos de longo prazo para esse ativo do portfólio.

Outros acionistas de Eneva são o banco BTG Pactual, com 36,37%, o Itaú Unibanco, com 7,88%, o grupo alemão E.On (por meio da holding Uniper), com 8,28%, e a OGX, com 6,22%.

Pelas condições da oferta divulgadas no prospecto, alguns acionistas, como o BTG Pactual e o Itaú Unibanco, poderiam vender uma parcela de seus papéis.

A oferta foi coordenada pelos bancos BTG Pactual, Itaú BBA, Goldman Sachs, Bradesco BBI, Citi e Santander.

Com o re-IPO da Eneva, as ofertas de ações já somam neste ano cerca de R$ 32 bilhões, volume maior do que aquele movimentado pelas emissões de renda variável em 2010, quando foram registrados R$ 31,8 bilhões. Até agora foram nove ofertas iniciais de ações neste ano.

Além disso, outras companhias já manifestaram planos de chegar à bolsa, como a fabricante de calçados Vulcabras, a varejista de artigos esportivos Centauro, a rede de lanchonetes Burger King, a Algar Telecom.- Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 06/10/2017

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