Esta semana, a gigante dos maquinários agrícolas John Deere decidiu investir US$ 305 milhões na aquisição startup Blue River Technology. Por quê? Bem, basicamente porque essa é uma companhia especializada em produzir super-robôs feitos sob medida para o setor. Esses aparelhos identificam plantas indesejadas e calculam rapidamente onde irão aplicar esguichos de alta precisão com herbicida mortal (ninja style!).
“Tomar conta de cada planta individualmente desbloqueia um alto valor econômico para os agricultores", diz John Stone, executivo que trabalha com soluções inteligentes do grupo JD. Para ele, a tecnologia de visão computacional da Blue River deve dar uma encorpada no portfólio de produtos inteligentes que da JD – que inclui um sistema que utiliza GPS para automatizar movimentos de máquinas dentro da fazenda. Dessa forma, os equipamentos da John Deere poderão entender melhor o tipo de culturas com as quais estão trabalhando.
Cuidado, plantas!
De forma geral, pesticidas e outros químicos voltados para o campo são aplicados nas plantações de forma aleatória. Ou seja, mesmo que eles sejam realmente efetivos na hora de lidar com pestes e outros males que podem prejudicar a lavoura, organismos que ajudam o crescimento das plantas também estão à sua mercê.
Para evitar esse cenário, os sistemas da Blue River aplicam os produtos apenas onde eles são necessários. Os robôs da startup funcionam como um equipamento tradicional e ficam acoplados em um trator, esperando para serem acionados para a pulverização. Para garantir o bom desempenho na tarefa, todos eles são equipados com câmeras e software de machine learning. Isso faz com que eles aprendam a distinguir cada vez mais quem deve ser atacado e quem deve ser deixado em paz.
Alfaces e algodões
Como se trata de um mercado com necessidades bem específicas para cada tipo de plantação, a primeira solução da Blue River tem foco em produtores de alface. O LettuceBot, como é chamado, já atua em 10% da produção do alimento dos EUA e é usado para combater ervas daninhas e retirar plantas muito pequenas ou que estão nascendo em cima de outras.
Para 2018, a empresa está preparando um produto feito sob medida para quem cultiva algodão. A vantagem aqui, é que o novo dispositivo tem praticamente as mesmas características do robô para alface. A startup afirma que já consegue atuar de forma a reduzir 90% do uso de herbicidas – o que (felizmente) também pode significar plantações mais saudáveis para os humanos.
Mesmo com a aquisição, a ideia é que a companhia continue a trabalhar de forma independente, com planos de, muito em breve, abranger outros tipos de plantações, como milho e soja.
Na terra e no ar
O acordo entre John Deere e Blue River reflete o crescente apetite do ramo de agricultura por tecnologia – o que hoje é comumente conhecido como “agricultura de precisão”. Com isso, as fazendas passam a se beneficiar da TI não apenas para trazer colheitas de melhor qualidade, mas também para melhorar a produtividade de suas plantações.
Esse namoro entre os setores (e as vantagens trazidas por ele) são essenciais para muita gente. Pudera, já que, em diversos países, a agricultura apresenta grande contribuição para o mercado interno e externo. No Brasil, por exemplo, agricultura respondia, até o ano passado, por 1,8% do PIB, sendo que a grande maioria da produção nacional (80%) é consumida pela própria população brasileira.
Outra tecnologia que está sendo bastante aproveitada no campo é a de drones. Um exemplo disso por aqui é que, em 2016, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fechou uma parceria com a Qualcomm para o uso desses veículos aéreos por pequenos produtores. O objetivo? Ajudar a identificar mais facilmente partes das plantações que precisariam de um cuidado maior. Fonte Wired Leia mais em thebrief 08/09/2017
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