21 setembro 2017

Decolar.com prevê aquisições no Brasil após IPO de US$ 332 milhões na Nyse

Aquisições no Brasil estão no radar da Decolar.com após o grupo levantar US$ 332 milhões em sua abertura de capital na Nyse, bolsa de valores de Nova Iorque. "Faremos uma abordagem mais oportunista para alvos de aquisição na América Latina, incluindo o Brasil", afirma Mike Doyle, diretor Financeiro do Despegar.com, operadora online de pacotes de viagens que atua em 20 países na América Latina e no Brasil usa a marca Decolar.com.

A Despegar lançou 12,8 milhões de ações em sua oferta pública inicial de ações nos Estados Unidos. O preço por ação ficou no teto da faixa indicativa, que era de US$ 23 a US$ 26. Do total dos recursos movimentados no IPO, cerca de US$ 225 milhões correspondem à oferta primária, ou seja, representam entrada de dinheiro novo para a companhia. O restante são recursos que vão para os acionistas vendedores.

"Olhamos (aquisições) por toda a região, inclusive no Brasil que é nosso maior mercado e um importante destino para agências de viagens", comentou Doyle em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

As aquisições pela América Latina devem ter como alvo outras agências online de viagens, mas também negócios que ofereçam alguma nova expertise, como oferta de novos serviços ou contribuam com o relacionamento com fornecedores. O México e a Colômbia são interessantes para a companhia, diz o executivo, que considera que os mercados de turismo nesses países são bastante atraentes e que a empresa ainda tem baixa penetração local.

A Despegar faturou US$ 248 milhões apenas nos seis primeiros meses deste ano, um crescimento de 28% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O Brasil gerou o maior número de transações realizadas no período: mais de 1,7 milhão, cerca de 40% do total.

Doyle considera que o crescimento da companhia mesmo num período conturbado para muitos de seus mercados (depois do Brasil, o segundo mercado da Despegar é a Argentina) foi impulsionado pela migração das compras, saindo das lojas físicas para a internet. Ele avalia, no entanto, que a empresa enxerga uma recuperação no consumo nessas regiões.

"Nos beneficiamos de toda forma quando o consumo aumenta, mas também quando ele não aumenta, em razão da migração para os meios online", comentou. "Mas há uma tendência mais positiva para o consumo na região agora do que há um ano, embora este ainda seja um estágio inicial de recuperação", acrescentou.

A listagem na Nyse, segundo o executivo, foi uma opção porque o mercado de ações norte-americano já tem familiaridade com agências online de viagem e também com companhias de tecnologia. Embora o Brasil seja o maior mercado da empresa, Doyle afirma que não há planos futuros de uma oferta na bolsa brasileira. - Jornal do Comércio Leia mais em jcrs.uol 21/09/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário