Central hidrelétrica de Chaglla, a terceira maior do Peru, foi vendida a consórcio liderado pela China Three Gorges por cerca R$ 4,4 bilhões
A subsidiária do Grupo Odebrecht dedicada a concessões de infraestrutura na América Latina, a Odebrecht Latinvest, anunciou no fim da noite desta quinta-feira, 24, que assinou acordo com um consórcio liderado pela China Three Gorges Corporation (CTG) para a venda da central hidrelétrica de Chaglla, a terceira maior do Peru. O negócio é avaliado em US$ 1,390 bilhão (o equivalente a R$ 4,4 bilhões), segundo fontes próximas à transação.
A maior parte do valor obtido com a venda da Chaglla – US$ 1,2 bilhão – será usada pela Odebrecht para quitar suas dívidas com os bancos que financiaram a construção da hidrelétrica. O restante, cerca de US$ 190 milhões, vai para um fundo criado para ressarcir o governo peruano pelos atos ilícitos praticados pela empresa no país.
As investigações no Peru, envolvendo a Odebrecht, começaram em novembro de 2016. No início deste ano, a Odebrecht firmou um termo de cooperação com Ministério Público do país, mas a compensação a ser paga pela empresa pelos crimes de corrupção ainda não foi definida. Fontes próximas à companhia estimam que a cifra deve ficar em torno de US$ 100 milhões e que dinheiro depositado no fundo com a venda da Chaglla seja suficiente.
O consórcio liderado pela CTG para a compra da hidrelétrica peruana é formado pela Hubei Energy, ACE e CNIC. A concessão da hidrelétrica de Chaglla será adquirida pela Huallaga Holding Company Limited, empresa criada pelo consórcio comprador conforme as leis da Região Administrativa Especial de Hong Kong e da República Popular da China.
O acordo precisa ser aprovado pelo Ministério da Justiça no Peru e por entidades na China.
Com esse negócio, o grupo Odebrecht chega mais perto de completar seu plano de venda de ativos, anunciado no ano passado. Ao todo a empresa planeja se desfazer de R$ 12 bilhões. Desse total, R$ 5 bilhões já entraram no caixa do grupo, com a venda de negócios como a Odebrecht Ambiental, que passou para as mãos da canadense Brookfield.
Ao se desfazer da Chaglla, restam pouco menos de R$ 3 bilhões para a empresa completar a meta. Entre os ativos que ainda estão no portfólio do grupo para serem vendidos, estão participações em minas de diamante e linhas de transmissão em Angola. E o gasoduto Sul Peruano, cujas obras estão paradas e serão relicitadas pelo governo local, resultando em uma indenização bilionária à empresa brasileira.Naiana Oscar, O Estado de S.Paulo Leia mais em estadão 25/08/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário