Um grupo de fundos de investimento liderados pela Apax Partners comprou a ThoughtWorks, consultoria de desenvolvimento de software americana com uma presença importante no Brasil.
O valor do negócio não foi revelado.
Criada em 1993, a ThoughtWorks tem entre seus fundadores Martin Fowler, um dos 17 signatários do Manifesto for Agile Software Development.
A empresa é uma referência em métodos ágeis de desenvolvimento de software, com 4,5 mil pessoas espalhadas por 42 escritórios em 15 países.
A ThoughtWorks chegou ao Brasil em 2010, abrindo uma operação no Tecnopuc, parque tecnológico da PUC-RS em Porto Alegre. Depois foram agregados São Paulo, Recife e Belo Horizonte. Ao todo, são 515 funcionários no país.
O comando da companhia no país hoje é dividido por Caroline Cintra e Gabriela Guerra, duas profissionais oriundas da operação gaúcha.
A ThoughtWorks Brasil (assim como as operações de outros países) aparece com frequência em rankings de melhores empresas para trabalhar.
No ano passado, a companhia foi a 16ª melhor multinacional média para se trabalhar no Brasil e 9ª melhor empresa para mulheres trabalharem no Brasil, duas listagens da Great Place to Work, a lista do tipo mais prestigiada do país.
Parte do apelo da Toughtworks para jovens profissionais está no compromisso com uma estrutura de RH alinhada com os princípios de métodos ágeis de desenvolvimento de software, um ativo que os novos donos provavelmente vão querer manter.
Outra parte, para usar os termos da missão da empresa publicados no site, é oriundo do compromisso com “inúmeras causas” e “mudança social positiva”, o que se reflete em uma quantidade de projetos voluntários e uma política de contratações que preza a diversidade.
Em 2013, por exemplo, o Baguete trouxe uma reportagem com os planos da multinacional de atingir aquele ano uma cifra de 20% de mulheres na sua área técnica, como parte de um esforço mundial.
A estratégia para obter a meta era baseada em fazer um esforço maior para captar currículos de mulheres, através de patrocínio de eventos focados nesse público, como o Rails Girls ou o Encontro Nacional de Mulheres em Tecnologia, e depois com um trabalho especial de coaching dentro da empresa.
Parece ser o tipo de iniciativa com pouco futuro sob a gestão de um fundo, em tese o tipo de organização mais sensível ao lucro da empresa do que à diversidade da sua força de trabalho. A Apax faz questão de frisar que não no comunicado de aquisição.
“Nós reconhecemos que o sucesso da ThoughtWorks reside nas suas pessoas e em uma cultura que promove a diversidade e a inclusão. Em parceria com ThoughtWorkers, procuraremos construir sobre a incrível fundação da companhia e manter o tecido cultural único que a sustenta", garante Rohan Haldea, um dos sócios da Apax Partners.
A Apax Funds tem sido um fundo investidor líder nos setores de tecnologia, telecomunicações e serviços, tendo investido mais de US$ 11,3 bilhões desde 2008. No Brasil, a empresa é conhecida por ter comprado o controle da Tivit. Maurício Renner Leia mais em baguete 25/08/2017
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