O ex-presidente da Light José Luiz Alquéres estuda oportunidades de investimentos na distribuidora fluminense, cujo bloco de controle deve ser colocado à venda pela estatal mineira Cemig. O executivo, que também foi presidente da Eletrobras e recentemente deixou a presidência do conselho de administração da estatal elétrica, disse aguardar notícias sobre as "reais intenções" da Cemig em vender sua participação na Light para prosseguir com os estudos.
"Considero os destinos da Light e da cidade do Rio umbilicalmente ligados.
Extremamente preocupado com ambos, vejo uma oportunidade de colocar ambas as instituições em um caminho de desenvolvimento sustentável, do qual se afastaram nos últimos tempos", disse Alquéres ao Valor.
"Estou aguardando mais notícias sobre as reais intenções da Cemig de vender aquela estranha 'empresa privada que é estatal' para ir adiante nos meus estudos", completou o executivo.
Alquéres foi presidente da Light entre 2006 e 2010. Ele assumiu o comando da empresa quando o consórcio Rio Minas Energia, formado na época por Andrade Gutierrez, Cemig, Pactual e JLA, adquiriu o controle da distribuidora que pertencia à francesa EDF. Na ocasião, os novos controladores haviam pago US$ 320 milhões por 79,6% das ações da elétrica fluminense.
No início deste ano, Alquéres protagonizou outro momento importante no setor elétrico, ao deixar a presidência do conselho de administração da Eletrobras. Em carta, o executivo alegou que sua saída se devia a "razões individuais e para atuar em novos desafios". No mercado, porém, comentouse que sua saída seria uma reação à interferência política na indicação de cargos para subsidiárias do grupo, como Furnas e Itaipu.
Na última semana, o presidente do conselho de administração da Light, Nelson Hubner, contou ao Valor que a Cemig planeja fazer um leilão do bloco de controle da Light (formado pela estatal mineira e os bancos Votorantim, Banco do Brasil e Santander, com 52% da companhia) na bolsa de valores de São Paulo (B3).
O mercado reagiu mal à informação, devido ao receio de que a Cemig pudesse decidir por uma venda pulverizada de suas ações na Light, o que iria reduzir o valor dos papéis e acabar com a chance de recebimento de um prêmio pelo controle da companhia. Duas fontes próximas do assunto, no entanto, explicaram que a principal alternativa em estudo pela Cemig é leiloar o bloco de controle para um único comprador, a exemplo do que a Eletrobras e o governo de Goiás fizeram com a privatização da Celg Distribuição, arrematada pela italiana Enel, no ano passado.
"O fato de a participação ser leiloada na bolsa não quer dizer que será pulverizada", disse uma delas.
Com relação à possível investida de Alquéres na Light, o mercado ainda tem dúvidas sobre a aposta. Para algumas pessoas próximas ao negócio, é pouco provável que o executivo tenha cacife para entrar na disputa contra outras companhias robustas financeiramente.
No mercado, comenta-se que os favoritos em um eventual leilão são a Enel, que já controla a Ampla, distribuidora vizinha e com potencial de sinergia com a Light, o grupo Equatorial, que já fez proposta pelo negócio à Cemig no passado, porém sem sucesso, e um investidor chinês, não necessariamente a State Grid, dona da CPFL. Valor Econômico Leia mais e portal.newsnet 04/07/2017
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