O empresário Chaim Zaher, que detém cerca de 10% da Estácio, está levantando com os bancos Credit Suisse e Bradesco um crédito entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões. O objetivo é aumentar sua participação no grupo de ensino carioca para até 20%, aproximadamente, e com isso tornar-se o seu maior acionista, segundo o Valor apurou. Atualmente, o maior acionista da Estácio é o fundo americano Oppenheimer que possui 17,04% do capital, seguido do Coronation, com 10,44%.
Ainda de acordo com fontes, Chaim quer comprar mais 9% da Estácio, o que demandaria recursos de cerca de R$ 457,7 milhões pela cotação de ontem. O papel da companhia fechou o pregão na bolsa a R$ 16.
No início do mês, Chaim adquiriu na bolsa quase 1% das ações que eram do fundo Capital, que reduziu sua fatia na Estácio de 5,01% para 4,07%. Com isso, a participação do empresário na companhia - a segunda maior do país no ensino superior privado - hoje é de 10,66%.
No entanto, o empresário ainda depende dos outros investidores venderem os papéis para aumentar efetivamente sua participação - esse movimento não deve ocorrer na bolsa como foi feito com o Capital World Investors. Outro acionista relevante é o Fil Limited com 5,17% do grupo carioca.
Os fundos estrangeiros, que também são acionistas da Kroton, defendiam a fusão com a líder do setor. Como o negócio foi reprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), os fundos podem vir a se desfazer de suas participações na companhia carioca. Há questionamentos do mercado sobre a estratégia de longo prazo da Estácio que, até então, vinha focada na fusão com a Kroton. O presidente do conselho da Estácio, João Cox, destacou logo após o Cade reprovar a união das duas companhias de ensino superior que a meta é adquirir um ativo de grande porte e que o grupo de ensino não está à venda.
No ano passado, quando as negociações da fusão estavam em curso, Chaim levantou cerca de R$ 2 bilhões com o Bradesco e o Santander para adquirir o controle da Estácio. A ideia na época era fazer uma oferta por 36% da empresa. Caso o empresário concretize qualquer movimento nesse sentido, seria necessário fazer uma oferta também aos minoritários ("tag along"), o que elevaria de forma considerável o valor do cheque.
Após as negociações de fusão com a Kroton no ano passado, Chaim tornou-se um crítico do modelo de companhia totalmente pulverizada, sem um acionista relevante, como é o caso da companhia carioca. Na época, a decisão de seguir adiante com a união das duas companhias foi definida pelos fundos.
Mas, ainda de acordo com fontes, o empresário não deve tomar nenhuma iniciativa sem o conhecimento do conselho de administração da Estácio.
Procurado pela reportagem, Chaim informou que não comenta rumores de mercado. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 18/07/2017
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