O Carrefour Brasil deu ontem a largada para uma oferta inicial de ações que deve movimentar entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5,6 bilhões, naquele que pode ser o maior IPO desde abril de 2013, quando a BB Seguridade vendeu cerca de R$ 11,5 bilhões.
O volume da oferta da rede de supermercados ainda pode crescer, chegando a R$ 7,5 bilhões, dependendo da demanda por lotes extras.
Depois da transação, a maior varejista do país terá um valor de mercado que vai de R$ 29,7 bilhões a R$ 37,6 bilhões. Seu principal concorrente, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) valia na bolsa ontem R$ 19,2 bilhões. Mesmo em meio a um ambiente político conturbado, a companhia avaliou, após testar o apetite dos investidores, que existe demanda por seus papéis. As ações serão colocadas à venda por um valor entre R$ 15 e R$ 19. O preço final sairá no dia 18 de julho.
A operação abastecerá a varejista de novos recursos, além de permitir a saída parcial de dois acionistas: o grupo francês Carrefour e a Península, gestora de recursos da família Diniz.
Serão 205.882.353 de novas ações vendidas, que trarão cerca de R$ 3,5 bilhões em dinheiro para o caixa do Carrefour, considerando o ponto médio da faixa de preço. Os recursos serão usados para a liquidação de dívidas e operações financeiras, além de abrir espaço para a varejista fazer aquisições.
A Península é o acionista que mais pretende vender ações. Inicialmente a gestora colocará 56.800.000 ações à venda, ou R$ 965,6 milhões. Mas um lote adicional de outros R$ 1 bilhão ainda pode ser oferecido aos investidores.
Já o grupo francês quer vender 34.461.489 ações, ou R$ 585,9 milhões.
Antes mesmo do IPO, no dia 15 de junho, a Península exerceu uma opção de compra de 71.003.063 ações, de acordo com a varejista francesa. Esse volume representa 4% do capital do Carrefour antes da realização da oferta inicial de ações. Essa compra só se consumará, no entanto, se o IPO sair.
A oferta do Carrefour tem como coordenadores os bancos Itaú BBA, Bank of America Merrill Lynch (BofA), Goldman Sachs, J.P. Morgan, Bradesco BBI e Santander.
Estimativas iniciais de analistas consideravam possível uma oferta de até € 2 bilhões (R$ 7,4 bilhões), valor máximo que a oferta anunciada ontem pode alcançar. O banco Société Générale estimou movimento nessa faixa, com a venda de 20% das ações, levando em consideração o "ativo sólido" e a operação rentável da rede no Brasil.
Nas últimas semanas, analistas consideravam possível a realização de uma operação menor, na faixa de € 1 bilhão a € 1,5 bilhão, levando em conta maiores incertezas no cenário político e econômico no país.
Segundo apurou o Valor, a expectativa é que o fundo soberano de Cingapura (GIC), que já é sócio do Carrefour no Brasil por meio de investimentos em um fundo na Península, participe da oferta com uma ordem de R$ 1,5 bilhão. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 29/06/2017
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