Meirelles reconheceu que parte dessa recuperação é recomposição da forte queda que os investimentos tiveram desde o início da recessão, em 2014, mas chama atenção para a capacidade de disseminação desse componente do PIB. "Essa crise foi causada em parte por causa da retração dos investimentos, que contribuiu para a queda da atividade. Enquanto o PIB durante a crise caiu 8%, os investimentos caíram 30%. Então a partir desse momento temos possibilidade grande de retomada dos investimentos, um potencial de 30 pontos meramente com a recuperação do que foi contraído", disse.
No médio prazo, com as reformas fiscais encaminhadas e os fundamentos econômicos mais bem resolvidos, Meirelles acredita que o quadro de avanço dos investimentos deve evoluir ainda mais por causa da perspectiva de maior presença de capital privado. Segundo o ministro, a PEC do teto de gastos e as reformas previdenciária e trabalhista abrirão caminho para que o setor privado aumente a participação no financiamento da infraestrutura no Brasil. De um lado, as medidas vão aumentar a previsibilidade da economia. De outro, reduzirão o peso do Estado no consumo da renda agregada, permitindo que os mercados de capitais e de fundos se desenvolvam, projetou Meirelles.
Para ele, o atual formato das concessões de infraestrutura, que fazem parte do Programa de Parcerias de Investimentos, já favorece a participação maior do capital privado, pois oferece retorno adequado e regras de competição "justas e transparentes", que permitem ao investidor ser remunerado sem subsídios do governo. "Tenho certeza que teremos fluxo de investimento grande do setor privado para infraestrutura".
Meirelles relacionou a tese da recuperação dos investimentos com a expansão PIB potencial, que pode ser acelerada pelo efeito de crowding-in, conceito teórico que prevê maior complementaridade entre investimento público e privado na economia. Valor Econômico - Leia mais em abine11/05/2017
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