04 maio 2017

Dois gigantes do mercado tentaram criar megabolsa de US$ 75 bi

A Singapore Exchange conversou com possíveis parceiros a respeito de colaborações, vendas de participações minoritárias ou até mesmo fusão completa

As maiores bolsas do mundo ainda estão em busca de negócios, apesar de a fusão da Deutsche Boerse e da London Stock Exchange Group ter sido impedida pelos órgãos reguladores europeus.

A Singapore Exchange conversou com possíveis parceiros, como a Nasdaq e a CME Group, a respeito de colaborações, vendas de participações minoritárias ou até mesmo fusão completa.

A Deutsche Boerse está em busca de aquisições nos ramos de dados, análises e índices. Até mesmo as duas maiores operadoras de bolsas de valores do mundo, a CME e a Intercontinental Exchange, poderiam estar à espreita.

Há um ano, ambas as empresas conversaram a respeito de uma fusão, discussões que não foram reveladas anteriormente, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

As conversas em abril e maio de 2016 foram sérias a ponto de envolver executivos bancários e advogados especializados em regras antimonopolistas, segundo as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões foram privadas.

As negociações foram impulsionadas pelo acordo da Deutsche Boerse para a compra da LSE, disseram.

Laurie Bischel, porta-voz da CME, e o CEO da ICE, Jeff Sprecher, em uma teleconferência com analistas na quarta-feira, preferiram não comentar sobre as negociações de 2016 sobre fusão.

As companhias já não estão envolvidas em nenhuma negociação, segundo as pessoas familiarizadas com o assunto. Não está claro o motivo do fracasso da negociação.

Juntas, a CME, com sede em Chicago, e a ICE, com sede em Atlanta, estariam em uma órbita completamente diferente daquela de suas maiores rivais.

Hoje, as empresas estão avaliadas em um total combinado de uns US$ 76 bilhões. A Hong Kong Exchanges & Clearing está avaliada em US$ 30 bilhões, enquanto a Deutsche Boerse e a LSE alcançaram US$ 19 bilhões e US$ 15 bilhões, respectivamente.

O CEO da CME está pensando grande.

“Não sou muito fã de aquisições pequenas e pontuais”, disse Terry Duffy a analistas em uma teleconferência, em fevereiro.

Duffy, que em dezembro somou o cargo de CEO à função de presidente do conselho de administração, ajudou a liderar a CME quando a empresa investiu cerca de US$ 17 bilhões na compra da Chicago Board of Trade e da Bolsa Mercantil de Nova York, em 2007 e 2008, formando uma bolsa de futuros e opções atualmente avaliada em US$ 40 bilhões.

Essas transações “foram o pilar de nossa estratégia de crescimento”, disse ele, durante a conferência de três meses atrás.

Possibilidade

Aquisições no setor, mesmo grandes, ainda são possíveis apesar do fracasso da união da Deutsche Boerse com a London Stock Exchange Group, escreveram analistas do Credit Suisse há um mês.

“Nós acreditamos que o cenário global das bolsas continuará se consolidando”, disseram Christian Bolu e Martin Price no relatório.

O CEO da Singapore Exchange Loh Boon Chye disse no mês passado que está aberto a transações que se encaixem na estratégia da bolsa.

A Deutsche Boerse está à procura de aquisições nos ramos de dados, análises e índices, embora esteja cautelosa em relação à dificuldade das fusões no negócio principal da bolsa, disse o diretor financeiro Gregor Pottmeyer na semana passada.

O ambiente hostil para acordos internacionais com bolsas — particularmente após a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia — ajudou a condenar a transação Deutsche Boerse-LSE, bloqueada em março pela UE. Por Matthew Leising, da Bloomberg Leia mais em exame 04/05/2017

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