05 abril 2017

Venda de ativo da Odebrecht fica para dia 12

O fundo canadense de infraestrutura Brookfield e o grupo Odebrecht tiveram de adiar para 12 de abril o fechamento da transferência de controle da Odebrecht Ambiental. A previsão inicial era de que a operação fosse encerrado até o fim de março. O adiamento se deve ao fato de o negócio ainda depender da anuência da Caixa Econômica Federal (CEF), maior credor da empresa. Assim como outras instituições, a Caixa precisa dar aval a transferências de controle de empresas que, como a Odebrecht Ambiental, têm contratos de financiamento com o banco.

Segundo apurou o Valor, a companhia já conseguiu documentos de anuência de 11 das 12 instituições financeiras com quem tem contratos, entre elas Banco do Brasil, BNDES e bancos privados, e da maior parte das autoridades regulatórias - cerca de 80 prefeituras e órgão concedentes. Os entes que ainda não se manifestaram a respeito, porém, representam menos de 2% da receita total da empresa de saneamento, não vindo a impedir o fechamento da operação de venda.

A necessidade de consultar os credores está prevista nos contratos de financiamento. O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, confirmou ao Valor, em evento em São Paulo, que o banco ainda não tomou uma decisão e informou que as conversas com a Odebrecht prosseguem. E disse que conhecer que as demais instituições já deram anuência. Mas não estipulou prazo nem detalhou o que está pendente no banco.

Procuradas, a Odebrecht S.A. e a Ambiental não se manifestaram.

Segundo fontes próximas à negociação, o pedido de anuência foi encaminhado à Caixa em novembro, logo após o anúncio o negócio. A Odebrecht já recebeu diversos questionamentos, até mesmo a respeito da Brookfield. A instituição segue alegando que a questão está sob análise. Os compromissos que a Odebrecht Ambiental detêm com a CEF não contam com nenhuma garantia da holding Odebrecht S.A. e a empresa tampouco está inadimplente com o banco.

O acordo de venda foi assinado no fim de outubro do ano passado, prevendo a transferência dos 70% que a Odebrecht detém na empresa. Os outros 30% são do FI-FGTS.

Conforme informação ao Valor, a empresa, sob a gestão da Brookfield, vai adotar um novo nome e já está com um presidente definido para assumir tão logo a transação seja completada. A negociação envolve todos os contratos de prestação de serviço de água e esgoto, principal atividade da companhia, mais o Acquapolo e duas operação de rejeitos industriais em Jeceaba (MG) e Triunfo (RS). O restante do segmento industrial e o de resíduos ficaram de fora da operação.

O negócio foi de US$ 878 milhões (R$ 2,8 bilhões na época), com pagamento antecipado de US$ 768 milhões e valor adicional de US$ 110 milhões em rês anos, condicionados ao crescimento continuado da empresa. Trata-se da venda do controle da maior companhia de saneamento no Brasil, que atende mais de 17 milhões de pessoas em 12 estados.

Em 2015, a Ambiental obteve receita operacional líquida de R$ 2,17 bilhões e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 812 milhões. Colaborou Chiara Quintão  - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 05/04/2017

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