Em sua quarta tentativa de abrir capital no mercado, companhia aérea pode levantar até R$ 2,2 bilhões.
A Azul Linhas Áreas deve, finalmente, ter suas ações negociadas na Bolsa a partir desta semana. Depois de três tentativas frustradas, a empresa espera concluir na quinta-feira o processo de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês), que pode movimentar entre R$ 1,37 bilhão e R$ 2,2 bilhões, o maior IPO de uma empresa brasileira desde 2013. Há interesse entre investidores pessoas físicas, mas o que vai determinar o sucesso da operação será a participação dos grandes investidores, que devem confirmar a participação apenas nesta quartafeira, último dia de reservas.
Segundo profissionais de mercado, há interesse dos investidores por se tratar de uma empresa conhecida. Alguns pedidos de reserva já foram feitos, mas a maior parcela é esperada para amanhã, quando os investidores institucionais fecham suas propostas. A empresa sugeriu preço entre R$ 19 e R$ 23 por ação, mas os investidores podem sugerir valor menor.
FROTA NOVA, CUSTO MENOR
Se a empresa conseguir colocar todas as ações do lote principal (72 milhões de papéis) ao piso de R$ 19, vai levantar R$ 1,368 bilhão. Se vender também os lotes adicionais, e pelo preço máximo, a operação sobe a R$ 2,189 bilhões. Nos dois casos, esse será o maior IPO de uma empresa brasileira desde 2013, quando a BB seguridade vendeu mais de R$ 11 bilhões em sua oferta inicial de ações.
Tiago Reis, fundador da Suno Research, observa que o setor de aviação tem uma série de riscos, mas considera a Azul uma empresa com algumas vantagens.
— A Azul tem uma frota nova e isso significa menos custos. Mas para o investidor, o melhor é entrar em um IPO quando o acionista vendedor precisa dos recursos. Assim, aceita valores menores, e o negócio é melhor para quem investe.
Essa é a quarta vez que a Azul, fundada pelo empresário americano David Neeleman, tenta fazer seu IPO. A primeira, foi em 2013, e as outras duas, no ano seguinte. Em todas elas, o adiamento deveu-se ao cenário desfavorável do mercado.
Dos recursos captados, a maior parcela, 90%, irá para a companhia, para amortizar dívidas e reforçar o caixa. Outros 10% vão para os acionistas que estão vendendo parte de suas ações, segundo o prospecto dos coordenadores da operação — Itaú BBA, Citigroup e Deutsche Bank.
A Azul teve, no ano passado, um prejuízo líquido de R$ 126,3 milhões, resultado melhor que a perda de R$ 1,1 bilhão de 2015. Sua frota, de 123 aeronaves, tem idade média de 4,8 anos.Jornalista: ANA PAULA RIBEIRO - O Globo Leia mais em portal.newsnet 04/04/2017
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