15 abril 2017

Cemig prevê acelerar venda de ativos


Como parte da estratégia para reduzir o endividamento, a estatal mineira Cemig pretende concluir as principais operações de vendas de ativos até outubro, disse ontem o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Adézio Lima, na teleconferência sobre os resultados de 2016.

Entre os ativos prioritários para a venda estão a participação na hidrelétrica de Santo Antonio, no rio Madeira (RO), a Cemig Telecom, linhas de transmissão (que serão transferidas para a Taesa) e a Gasmig (cujo modelo de venda ainda está sendo desenhado).

Ao mesmo tempo em que a companhia reforça seu compromisso com as vendas de ativos, porém, a direção admitiu que poderá participar dos leilões de recilitação, previstos pela União, das três hidrelétricas que a Cemig vem tentando manter a concessão na Justiça: Jaguara, São Simão e Miranda. Em entrevista coletiva ontem, o diretor de distribuição e comercialização da empresa, Luís Fernando Paroli Santos, disse que esse seria "um plano C".

Isso porque o objetivo da companhia ainda é manter as concessões das usinas, que a Cemig operava com liminares até recentemente. O governo, no entanto, conseguiu reverter as decisões, para relicitá-las ainda neste ano. Os recursos da bonificação pela outorga das usinas já constam no orçamento de 2017 da União.

Outra alternativa seria encontrar um sócio privado que passasse a ser dono de 51% das usinas. No entanto, o governo não chegou a um acordo com a companhia e encerrou as negociações. "A Cemig pode entrar no leilão e junto com um parceiro para conseguir adquirir essas concessões de novo", afirmou Paroli.

Em relação à venda de Santo Antonio, a estatal mineira foi questionada por analistas pela reportagem publicada ontem pelo Valor, que informou que há impasses que afetam a negociação de venda da hidrelétrica de Santo Antônio, da qual a Cemig possui 18%, para a chinesa State Power Investment Corporation (SPIC). Lima admitiu que as negociações com o "potencial investidor" não haviam chegado a um "bom termo", mas contou que o possível comprador "está voltando à mesa de discussão". Segundo ele, foi feita uma contraproposta que está sendo analisada.

Apesar de ter anunciado o plano de venda de ativos no início de 2016, a Cemig ainda não avançou nesse sentido. Pelo contrário, arrematou um lote de hidrelétricas em um leilão no fim de 2015, pagando R$ 2,2 bilhões em bônus da outorga, aportou R$ 446 milhões na Light como parte de um aumento de capital, além de ter feito aportes na Renova e em outros negócios. Do lado das vendas de ativos, a Cemig concretizou a negociação de R$ 791 milhões em ações da Taesa e levantou R$ 180 milhões com a operação de venda da Transchile. Por Rodrigo Polito, Camila Maia e Marcos de Moura e Souza Fonte:Valo Econômico Leia mais em silicon 13/04/2017 

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