Foram realizadas 785 transações no mercado brasileiro de fusões & aquisições em 2016, com um investimento da ordem de R$ 249,9 bilhões. Representa uma queda de 6,8% em relação ao número de operações do ano anterior e de uma redução de 22,6% dos montantes envolvidos.
Entre os segmentos com maior apetite no ano destacam-se TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI); OUTROS; ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO; COMPANHIAS ENERGÉTICAS e SERVIÇOS PARA EMPRESAS .
Cerca de 60% das transações são do porte de até R$ 50 milhões - 468 transações
As transações acima de R$ 500,0 milhões foram as que tiveram a maior queda percentual (15,3%) em volume.
Valor médio das transações indicou uma queda de 17,0%. O ticket médio das operações de porte até R$ 50 milhões, se manteve estável em relação ao ano anterior
O maior apetite em 2016 ficou por conta dos investidores Estratégicos com 601 operações (76,6%), e responderam por 76,8% dos montantes investidos. Os Financeiros, por sua vez, realizaram 184 operações, equivalente a 23,4%
Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 452 operações - uma queda de 6,2%.
Por sua vez, os investidores de Capital Estrangeiro realizaram 333 negócios, equivalente a uma queda de 7,5% em relação a 2015, com o montante de R$ 175,9 bilhões correspondendo um aumento de 21,0% em relação ao ano anterior.
Por país, os EUA, com 112 operações, foi o maior investidor em 2106. A China com R$ 32,3 bilhões foi o país com maior valor de investimento estrangeiro, equivalente a 12,9% do total.
TOP 10 BRASIL - Nas 10 maiores transações de M&A realizadas em 2016, o primeiro lugar ficou a operação da estatal chinesa State Grid, maior elétrica do mundo, comprando a CPFL Energia.
IPO - Em 2016, foi realizada somente uma operação de IPO, da empresa de diagnóstico Alliar.
Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no ano de 2016.
ANÁLISE DO ANO
Evolução nos últimos anos - Com 785 operações de Fusões e Aquisições em 2016, verificou-se uma queda de 6,7% em relação ao ano anterior.
Com 90 operações realizadas em dezembro de 2016, em 27 setores da economia brasileira, registrou-se uma queda de 17,4% no comparativo ao mesmo mês de 2015.
Setores mais ativos em 2016 - Os 5 setores mais ativos da economia brasileira em 2016, dos 39 apurados, responderam por 54,8% do total das operações e 34,7% do valor dos investimentos.
O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses sinaliza queda - O mês de dezembro/16, com 785 negócios sinaliza queda de 2,4% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses comparativamente com o mesmo período do mês anterior - novembro de 2016, com 804 operações.
No gráfico do acumulado dos 12 meses, pode-se inferir dois ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações em 2016. O primeiro que vai jan até ago/16, é marcado por quedas mensais sucessivas, decorrentes sobretudo pela instabilidade política, inflação crescente, limitação do crédito, aumento dos juros e queda do PIB.
O segundo ciclo, de retomada de negócios, iniciado em set/16, com o fechamento de várias operações em análise e que aguardavam o desfecho da crise política, com a aprovacão de impeachment. Este ciclo é marcado no início pelo otimismo reprimido ao longo do processo anterior. Contudo, a crise se mostrou mais profunda e uma recuperação mais lenta que impactou na manutenção do crescimento do número de transações realizadas.
As operações em 2016 que tiveram empresas direta ou indiretamente envolvidas na Operação Lava Jato e decidiram negociar seus ativos, classificados como desinvestimentos, totalizaram 35 operações representando 4,5% do volume negociado e o montante estimado de R$71,2 bilhões, equivalente a 28,% dos investimentos. Cerca de metade da operações foram de valor superior a R$ 500 milhões.
Maiores apetites x maiores quedas. Entre os segmentos com maior apetite no ano de 2016 destacam-se TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI); OUTROS; ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO; COMPANHIAS ENERGÉTICAS e SERVIÇOS PARA EMPRESAS .
Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações em 2016, foram COMPANHIAS ENERGÉTICAS e TELECOMUNICAÇÕES E MÍDIA e ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO.
Operações de porte até R$ 50 milhões são maioria nos últimos 3 anos. Em 2016 as operações de pequeno porte - até R$ 49,9 milhões - representaram cerca de 60% do total, e tiveram uma queda de 0,8% do número de transações comparativamente ao ano anterior. Nos últimos três anos operações deste porte são a maioria.
Transações do porte acima de um quinhentos milhões de reais foram as que mais perderam fôlego em 2016, As transações acima de R$ 500,0 milhões foram as que tiveram a maior queda percentual (15,3%) em volume, em relação ao ano anterior.
Nos dois últimos trimestres de 2016, o número de operações foi igual e sua distribuição por portes foi muito parecida.
Queda de 22,6% do montante dos investimentos em 2016. Quanto aos montantes dos negócios realizados em 2016, estima-se o total de R$ 249,9 bilhões, representando uma queda de 22,6% em relação a 2015 - considerando Valores Divulgados ( 78,5%) e Não Divulgados/Estimados (21,5%).
6,1% do número das transações responderam por 71,0% do valor dos negócios. Cerca de 6,1% transações realizadas em 2016, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, responderam por 71,0% do valor dos negócios. Na base da pirâmide, isto é, operações até R$ 50 milhões, foram apuradas 468 - 59,6% e representaram 2,4% dos recursos envolvidos.
43,1% dos montantes dos negócios ocorreu no 3º trim/2016, sendo que 81% desse valor foram de operações de porte acima de R$ um bilhão.
Valor médio das transações em 2016 indicou uma queda de 17,0%. Quanto ao valor médio das transações realizadas em 2016, caiu para R$318,3 milhões, se comparado com 2015, quando foi R$ 383,5 milhões. Interessante notar que o ticket médio das operações de porte até R$ 50 milhões, se manteve estável.
Maiores investimentos - COMPANHIAS ENERGÉTICAS e ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO e PETRÓLEO E GÁS foram os setores de maior expressão entre os investimentos realizados em 2016, no cômputo total dos investimentos - R$ 249,9 bilhões. No gráfico abaixo estão relacionados por ordem de relevância os investimentos acumulados, por setor em 2016, e o respectivo comparativo com 2015.
Investidores estratégicos e de capital nacional com maior apetite - O maior apetite em 2016 ficou por conta dos investidores Estratégicos com 601 operações (76,6%), e responderam por 76,8% dos montantes investidos. Os Financeiros, por sua vez, realizaram 184 operações, equivalente a 23,4%
Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 452 operações - 57,6%, em 2016. Comparativamente com o ano anterior verificou-se uma queda de 6,2%.
Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram 333 operações, representando 42,4%. Em relação a 2015, registrou-se uma queda de 7,5%.
Os investidores Estrangeiros responderam por 70% dos investimentos realizados em 2016. Estima-se que em 2016, os investimentos estrangeiros representaram 70,4%, com o montante de R$ 175,9 bilhões, correspondendo a um aumento de 21,0% em relação ao ano anterior.
Os investidores nacionais responderam por 29,6% do montante das operações em 2016, com R$ 73,9 bilhões. Equivale a uma queda de 58,4% em relação a 2015.
Por país, os EUA, com 112 operações, foi o maior investidor em 2106, representando 14,3% do número de negócios realizados. A China com R$ 32,3 bilhões foi o país com maior valor de investimento estrangeiro, equivalente a 12,9% do total.
TOP 10 BRASIL - As 10 maiores Fusões e Aquisições em 2016. As 10 maiores transações de M&A realizadas em 2016, envolvendo empresas brasileiras - com valores divulgados.
As 10 maiores transações de M&A realizadas em 2016, envolvendo empresas brasileiras - com valores divulgados, em levantamento realizado pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot, alcançaram o valor de R$ 92,8 bilhões, correspondendo a um aumento de 38% em relação as 10 maiores ao ano anterior.
Envolveram 8 segmentos da economia brasileira. Petróleo & Gás e Instituições Financeiras realizaram duas operações cada. Entre os 10 maiores negócios realizados por investidores estrangeiros, a China ficou com 26,7%, o Canadá com 18,2% e a França com 12,7%. Somente a China e a França realizaram dois negócios cada.
# 1 - A estatal chinesa State Grid, maior elétrica do mundo, fechou a compra da fatia dos controladores da maior empresa privada do setor no Brasil, a CPFL Energia. 28/09/2016
# 2 - Brookfield paga US$ 5,2 bi por 90% de gasoduto da Petrobras. . 23/09/2016
# 3 - BM FBovespa e Cetip chegam a acordo para combinar negócios. 08/04/2016
# 4 - Petrobras vende fatia em área no pré-sal por US$ 2,5 bi para Statoil. 29/07/2016
# 5 - Vale vende ativos de fertilizantes para Mosaic por US$2,5 bi. 19/12/2016
# 6 - Petrobras fecha acordo de US$ 2,2 bilhões com Total que inclui venda de ativos. .21/12/2016
# 7 - Kroton e Estácio têm fusão aprovada por acionistas em assembleias. 15/08/2016
# 8 - Anglo American vendeu ativos no Brasil por US$ 1,5 bilhão. 28/04/2016
# 9 - Banco suíço EFG International compra BSI do grupo brasileiro Pactual. 22/02/2016
# 10 - Invepar vende participação na Lamsac e PEX Peru. 08/08/2016
Transações TOP's cujos valores não foram divulgados.
Possivelmente a transação envolvendo a Bayer e Monsanto estaria incluída nesta relação e só não foi por que o valor da operação referente a participação brasileira não foi divulgado. Bayer adquire Monsanto por US$ 66 bilhões. A Bayer anunciou que chegou a um acordo para comprar a Monsanto por US$ 66 bilhões. Em 2015, as receitas das duas companhias somaram US$ 23 bilhões. A aquisição marca uma grande mudança no portfólio da Bayer, cujo principal negócio são produtos voltados à saúde. O Brasil respondeu em 2015, por 11% das receitas da Monsanto, que alcançou US$ 15,0 bilhões.
IPO
Em 2016 apenas a empresa de diagnóstico Alliar estreou na bolsa de valores, em outubro, depois de um ano e meio sem IPOs no Brasil.
M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.
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